Barroso defende regulação das redes e vê big techs “articuladas com a extrema-direita”

Atualizado em 14 de maio de 2024 às 19:37
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, durante o evento J20. Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu a regulamentação das redes sociais como um meio de combater a desinformação e afirmou que as plataformas estão articuladas com a extrema-direita. O magistrado argumenta que as empresas precisam ser mais “cooperativas” e demonstrar mais comprometimento.

“Algumas estão ganhando consciência do mal que podem fazer para a humanidade e do desprestígio para si, mas algumas servem a sua própria causa comercial de conseguir mais engajamento com o ódio. Infelizmente o ódio, a mentira, a desinformação trazem mais engajamento e algumas estão articuladas com movimentos de extrema-direita”, afirmou o ministro.

A declaração ocorre após ataques do bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), ao Supremo e ao ministro Alexandre de Moraes, que foi acusado de promover “censura” no país pelo empresário. A ofensiva tem ganhado apoio de parlamentares da extrema-direita do Brasil, mas Barroso não citou seu nome durante a fala.

Declaração de Barroso ocorre após ataques de Musk ao Supremo e a Alexandre de Moraes. Foto: Reprodução

Barroso ainda citou a catástrofe no Rio Grande do Sul e as fake news sobre a tragédia. Ele avalia que a desinformação acerca do tema tem uma “motivação política baixa”.

“Em algum momento isso vai ter que ser regulado e as pessoas precisam ter a consciência de que a gente tá aqui para fazer o bem e não para fazer o mal. É inacreditável que a motivação política baixa faça como que se tripudie sobre as morte, sobre o flagelado, sobre esse momento dramático do Rio Grande do Sul”, prosseguiu.

A declaração do ministro ocorreu após reunião do J20, evento organizado pelo Supremo que conta com representantes de outros tribunais dos países do G20. A principal pauta da reunião de hoje foi a inteligência artificial, mas os participantes também debateram temas como cidadania, inclusão social e desenvolvimento sustentável.

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