Batalha da Petrobras vira “Itararé”. Por Fernando Brito

Atualizado em 20 de junho de 2022 às 11:38
Bolsonaro e a Petrobras – Imagem: Reprodução.

Por Fernando Brito

Ninguém resistiria ao grau de pressão que foi feito e o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, acaba de renunciar ao cargo do qual já fora exonerado por Jair Bolsonaro.

Arthur Lira, o jagunço-mor do Legislativo já tinha avisado: ia revirar os bolsos do executivo e de quem mais lhe fosse solidário na diretoria.

O governo agora vai recuar da CPI que prometeu e não é impossível que se reverta, em alguns centavos, o último aumento dos combustíveis. Ou não, porque talvez valha fazer isso com a entrada em vigor da redução do ICMS.

Mas, pode crer, serão uns poucos centavos, que não alterarão a expectativa de alta adiante.

O mercado financeiro, claro, reagiu mal: a Bolsa já cai forte e o dólar bateu R$ 5,18, mas nada que não vá se acalmar.

Vão desmontar a tenda do espetáculo do “o combustível aumentou porque eu fui traído”, traído pelas pessoas que ele próprio, há poucos dias, entregou a maior empresa brasileira.

Foi a versão Petrobras da “Batalha de Itararé”, aquele “combate decisivo” da Revolução de 1939 que, no entanto, nunca ocorreu.

A “guerra”, mesmo, é a recessão e ela nem liga para o exibicionismo bolsonarista, que vai passar o dia dividido entre cantar vitória e procurar um novo inimigo.

(Texto originalmente publicado em TIJOLAÇO)

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