A BBC decidiu não descrever os militantes do Hamas como “terroristas” na cobertura dos recentes ataques em Israel.
O Secretário de Defesa do Reino Unido, Grant Shapps, afirmou que a política “beira o vergonhoso”.
Um porta-voz da empresa de comunicação observou que essa é uma postura editorial da empresa: não usar o termo, exceto que estejam atribuindo-o a outra pessoa.
Shapps, por sua vez, afirmou que a emissora precisa encontrar seu “norte moral”.
“Na verdade, acho que é quase vergonhoso, essa ideia de que existe alguma forma de equivalência, e eles sempre dizem, bem, existem dois lados”, disse.
O representante do governo inglês disse que o Hamas massacrou “pessoas inocentes, bebês, frequentadores de festivais, aposentados” e que se trata de uma organização proibida no Reino Unido, vista oficialmente como terrorista.
“Eles não são lutadores pela liberdade, não são militantes, são terroristas puros e simples, e é notável ir ao site da BBC e ainda vê-los falando sobre pistoleiros e militantes e não chamá-los de terroristas”, disse o representante do governo.
A posição da BBC
John Simpson respondeu às críticas em uma postagem no X (antigo Twitter). “Os políticos britânicos sabem perfeitamente por que a BBC evita a palavra ‘terrorista’ e, ao longo dos anos, muitos deles concordaram privadamente com isso”, escreveu.
Simpson é um dos mais experientes correspondentes internacionais do canal, com trinta coberturas de guerra no currículo.
“Chamar alguém de terrorista significa que você está tomando partido e deixando de tratar a situação com devida imparcialidade.
“O trabalho da BBC é apresentar os fatos diante de seu público e permitir que eles decidam o que pensam, honesta e sem exaltação.”
O que dizem as diretrizes editoriais da BBC?
As diretrizes editoriais da corporação afirmam que a palavra “terrorista” pode ser “uma barreira, em vez de uma ajuda, para a compreensão”.
“Devemos transmitir ao nosso público as plenas consequências do ato descrevendo o que aconteceu”, diz o manual de redação. “Devemos usar palavras que descrevam especificamente o autor do ato, como ‘atacante’, ‘atirador’, ‘sequestrador’, ‘insurgente’ e ‘militante'”.
“Não devemos adotar a linguagem de outras pessoas como nossa; nossa responsabilidade é permanecer objetivos e relatar de maneira que permita ao nosso público fazer suas próprias avaliações sobre quem está fazendo o quê a quem.”
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