Bets: Gusttavo Lima é indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa

Atualizado em 29 de setembro de 2024 às 22:17
O cantor bolsonarista Gusttavo Lima, indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco por suposta lavagem de dinheiro e participação em uma organização criminosa – Foto: Reprodução

O cantor bolsonarista Gusttavo Lima foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco por suposta lavagem de dinheiro e participação em uma organização criminosa. A investigação faz parte da Operação Integration, que mira um esquema de jogos ilegais envolvendo 53 pessoas, incluindo bicheiros, empresários e a influenciadora digital Deolane Bezerra.

O indiciamento do cantor bolsonarista, segundo informações do Fantástico, da TV Globo, ocorreu em 15 de setembro. Cabe agora ao Ministério Público decidir se apresentará uma denúncia contra o cantor à Justiça.

Operação Integration

Durante as investigações, a polícia apreendeu R$ 150 mil em dinheiro na sede da Balada Eventos e Produções, empresa de shows do cantor em Goiânia (GO). Além disso, 18 notas fiscais sequenciais, emitidas no mesmo dia e com valores fracionados, foram encontradas em outra empresa de Gusttavo Lima, a GSA Empreendimentos. As notas estavam vinculadas à PIX365 Soluções, também conhecida como Vai de Bet, empresa sob investigação.

Segundo a polícia, a soma dos pagamentos ultrapassa R$ 8 milhões pelo uso da imagem e voz do cantor. O dinheiro apreendido e as notas fiscais são considerados indícios de lavagem de dinheiro. O advogado criminalista Rodrigo Andrade Martini explica que “a lavagem de dinheiro ocorre quando uma pessoa recebe dinheiro ou bens de origem ilícita e tenta inseri-los em sua contabilidade de forma dissimulada”.

Venda irregular de aeronaves

Gusttavo Lima também é suspeito de envolvimento em uma negociação irregular envolvendo duas aeronaves. Uma das transações ocorreu em 2023, quando um avião da Balada Eventos foi vendido para a Sports Entretenimento, empresa ligada a Darwin Henrique da Silva Filho. A investigação aponta que o contrato e o cancelamento da compra foram emitidos no mesmo dia, levantando suspeitas sobre a legalidade da operação.

Aeronave registrada em nome de uma das empresas do cantor apreendida pela polícia em Jundiaí (SP) durante as ações da Operação Integration – Foto: Reprodução

Em 2024, o mesmo avião foi vendido novamente, desta vez para a J.M.J Participações, empresa de José André da Rocha Neto, que também é investigado na operação. A venda ocorreu sem a apresentação de um laudo técnico que comprovasse reparos na aeronave. O helicóptero envolvido na negociação, que também pertencia à empresa de Gusttavo Lima, retornou ao cantor, o que reforçou as suspeitas da polícia sobre a possível lavagem de dinheiro.

Em julho de 2024, Gusttavo Lima tornou-se sócio da Vai de Bet, com 25% de participação. No entanto, os investigadores acreditam que ele já atuava como dono oculto da empresa antes dessa data. A Vai de Bet patrocinou o Corinthians no final de 2023, o que se tornou alvo de uma investigação em São Paulo. Em depoimento, um conselheiro do clube revelou que o presidente do Corinthians afirmou que Gusttavo Lima era um dos proprietários da empresa.

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