Bia Souza adia filhos por ouro na Olímpiada e diz querer “gritar na rua” quando sofre racismo

Atualizado em 5 de agosto de 2024 às 9:02
A judoca Bia Souza, medalha de ouro na Olimpíada de Paris 2024 – Foto: Reprodução

A judoca Bia Souza, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, comentou em entrevista à Folha de S.Paulo sobre sua trajetória e os episódios de racismo que sofreu ao longo da vida. A campeã também falou sobre maternidade e a possibilidade de uma pausa na carreira para ter seu primeiro filho:

(…) Você já falou numa entrevista que cor da pele não ganha medalha, que isso se ganha na raça, na garra. Mas sabe que vai ser mais uma das referências de mulher fora do padrão. O que você espera inspirar?

Eu quero falar que não existe padrão para vencer na vida se você tiver saúde, se amar, se colocar em primeiro lugar, ter perseverança, ter disciplina e correr atrás daquilo que você almeja. Saiba que tudo o que é grandioso não é fácil, não vem fácil, tem que trabalhar muito. Vão ter dias que vão parecer impossíveis [a conquista dos objetivos]. Mas acreditem: é muita dedicação, é questão de fé, de acreditar e de realmente querer e fazer acontecer.

(…) Já sofreu algum episódio de racismo?

Ah, sempre tem aquela olhada diferente, quando você entra em um lugar muito chique o segurança começa a encarar. Dá vontade de gritar na rua. Mas a gente tem que ensinar a superioridade. Eu acho que [o racismo] tem que ser, sim, enfrentado, não [podemos] deixar passar situação nenhuma, porque a gente não é obrigado a nada. Não pode existir tolerância. É um assunto que tem que ser enfrentado, a gente tem que acabar com essa história.

Bia Souza – Foto: Reprodução

(…) Você tem 26 anos. Vai seguir se dedicando integralmente à carreira ou vai dar uma parada para ter filhos [ela é casada com o ex-jogador de basquete Daniel Souza]? O que você vai fazer da sua vida?

Com uma motivação dessas [a medalha de ouro] é focar e pensar, com certeza, em fazer um próximo ciclo [olímpico]. Estou confiante. Paris mal acabou, mas Los Angeles já está aí [a cidade norte-americana será sede dos Jogos Olímpicos de 2028]. Então agora é focar em descansar a mente, aproveitar a família, o marido —e depois voltar mais forte ainda para os tatames.

Você então não pensa em filhos por enquanto?

Penso, penso muito. Mas sinto que não é o momento. Quando tiver vontade eu vou estar preparada para parar e aproveitar e viver isso. Uma coisa de cada vez. (…)

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