Cúpula das Américas: Biden e Bolsonaro ficarão face a face em junho

Atualizado em 5 de março de 2022 às 14:15
Biden e Bolsonaro, em tela dividida, eles vão se encontrar na Cúpula das Américas
Biden e Bolsonaro devem se encontrar na Cúpula das Américas. Evento será realizado em junho e países debaterão conflito no Leste Europeu. Foto: Foto: REUTERS/Adriano Machado; REUTERS/Leah Millis

Com a realização da Cúpula das Américas, em Los Angeles, Califórnia (EUA), em 6 de  junho, tudo indica que o presidente Jair Bolsonaro (PL) finalmente ficará frente a frente com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.  A confirmação da realização do evento foi dada na última quinta-feira (3) por Juan Gonzalez, principal assessor do presidente americano na América Latina, em entrevista ao AQ Podcast.

E tudo indica que o conflito entre Rússia e Ucrânia estará na pauta dos debates. Isso porque a realização do encontro na atual conjuntura de guerra é entendida como um momento decisivo, que marcará como os países americanos irão se posicionar diante das mudanças globais. 

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O que Biden e Bolsonaro vão falar

Além de Bolsonaro, a Cúpula deve atrair empresários e membros da sociedade civil brasileira. Em fevereiro, o Departamento de Estado americano, chegou a divulgar a realização de três fóruns durante a Cúpula.

A ideia, segundo o governo americano, é promover o diálogo entre chefes de governo, CEOs e membros da sociedade civil. Com isso, seria possível traçar parcerias com o objetivo de enfrentar os principais desafios e oportunidades do hemisfério sul no ponto de vista econômico, social, político e digital. A Cúpula das Américas é organizada pela Organização dos Estados Americanos. 

Entenda o papel da Cúpula das Américas

Historicamente, a Cúpula das Américas é marcada pela exclusão. Em 2022, tudo indica que serão convidados todos os chefes de governo da América Latina eleitos democraticamente. Em outras palavras, Cuba, Venezuela e Nicarágua devem ficar de fora. 

As reuniões nasceram como uma plataforma da ALCA, a Área de Livre Comércio das Américas. Trata-se, portanto, de uma iniciativa neoliberal. Na prática, acredita-se que não se passa de um movimento responsável por separar projetos históricos irreconciliáveis.

De um lado, a América do Norte anglo-saxônica. Do outro, a América Latina negra e indígena. Ou, nas palavras de José Martí, dois lados opostos porque “do arado nasceu a América do Norte, e a América espanhola do cão de caça”.