Yvon Chouinard, fundador da Patagonia, sempre deixou claro que seu objetivo não era acumular riquezas. Em vez disso, ele preferia passar seu tempo em atividades como escalada e surfe. No entanto, em 1973, ao lado de sua esposa, ele fundou a empresa de roupas para atividades ao ar livre, que se tornaria uma referência no mercado global. A Patagonia cresceu rapidamente e, em pouco tempo, alcançou um faturamento de US$ 1 bilhão por ano, segundo informações da BBCs.
Em 2017, Chouinard foi incluído na lista da Forbes como uma das pessoas mais ricas do mundo, algo que o incomodou profundamente. Para ele, estar entre os bilionários era um sinal de que não havia cumprido sua missão de usar a empresa para tornar o mundo um lugar mais justo. A publicação da lista o levou a buscar uma maneira de utilizar os lucros da Patagonia para apoiar a preservação ambiental.
Decisão
Em 2022, Chouinard tomou a decisão de doar todas as ações da Patagonia. A empresa foi transferida para o Holdfast Collective, um fundo dedicado à proteção do meio ambiente e ao combate às mudanças climáticas, e para o Patagonia Purpose Trust, um fundo criado para garantir que os valores da empresa sejam aplicados à proteção da natureza. “A Terra é agora o nosso único acionista”, afirmou Chouinard ao anunciar a decisão.
A estrutura montada por Chouinard garante que os lucros da Patagonia, estimados em cerca de US$ 100 milhões por ano, sejam reinvestidos em causas ambientais.
“Em vez de extrair valor da natureza e transformá-lo em riqueza para investidores, usaremos a riqueza que a Patagonia gera para proteger o planeta”, disse o empresário, destacando que a empresa manterá seu compromisso com a sustentabilidade.
Carreira
Chouinard começou a desenvolver sua carreira nos negócios de forma acidental. Nos anos 1950, ele fabricava seus próprios equipamentos de escalada e vendia para outros entusiastas do esporte.
O negócio cresceu, e ele se tornou conhecido pela fabricação de produtos inovadores e de alta durabilidade. A expansão da empresa foi natural e, em 1970, ele lançou uma linha de roupas inspirada em sua experiência pessoal com o esporte, o que levou à diversificação do negócio.
A Patagonia, sob sua liderança, também foi pioneira em práticas empresariais sustentáveis. Em 1984, a empresa comprometeu-se a doar 1% de suas vendas ou 10% dos lucros para causas ambientais, o que viesse a ser maior. Além disso, Chouinard foi um dos fundadores do movimento “1% para o Planeta”, que incentiva empresas a destinar parte de seus lucros para iniciativas de preservação ambiental.
A decisão de doar a empresa foi a culminação de uma vida dedicada à causa ambiental. Para Chouinard, o sucesso financeiro nunca foi um fim em si mesmo. Ele acredita que as empresas têm a responsabilidade de atuar em prol do meio ambiente e usou a Patagonia como um exemplo de como isso pode ser feito de forma efetiva.
Hoje, aos 83 anos, Chouinard continua envolvido em causas ambientais e vive de forma simples. Ele se afastou das operações do dia a dia da Patagonia, mas seu legado permanece.
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