O biólogo Paulo Zanotto mandou mensagem de WhatsApp ao infectologista Marcos Caseiro comentando matéria sobre ele e o gabinete paralelo da Saúde publicada pelo DCM.
Zanotto é protagonista do vídeo que mostra médicos desaconselhando o presidente Jair Bolsonaro a comprar a vacina contra covid-19, numa reunião no Palácio do Planalto em 8 de setembro.
“É um biólogo inexpressivo”, definiu Caseiro, que trabalhou com ele no Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp).
Caseiro afirmou que Zanotto se desligou do laboratório por questões não definidas e, posteriormente, arrumou espaço no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, pelo qual foi repreendido publicamente, em abril do ano passado, após defender nas redes sociais o uso da hidroxicloroquina contra o coronavírus.
Na conversa com Caseiro, Zanotto insiste no “tratamento imediato” de “portadores de covid-19” e que “isto não tem nada a ver com ideologia”.
Em seguida, listou medicamentos como hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, zinco etc.
Não gostou de ser classificado como “biólogo medíocre”.
A resposta de Marcos Caseiro: “Não te chamei de nada. Só falei que você não tem que dar opinião em coisas que não sabe. Você não trata pacientes. É só isso”.
Em outubro e novembro, o governo gastou mais de R$ 23 milhões em propaganda do tratamento com drogas sem eficácia contra a doença.
A Organização Mundial da Saúde também manifestou reiteradamente que não recomenda o uso desses medicamentos.
Zanotto solicitou ao ICB autorização para se afastar por dois anos e morar no Canadá, como professor-visitante no British Columbia Institute of Technology, BCIT.
A instituição soltou uma nota:
“Esse indivíduo contatou o BCIT para organizar uma visita acadêmica de curto prazo, não remunerada e não docente, referente a pesquisa relacionada à purificação da água. Visitas internacionais dessa natureza estão sujeitas a processos internos e externos de verificação do BCIT – incluindo a aprovação da Imigração do Canadá. O pedido está pendente”.