A Polícia Rodoviária Federal (PRF) escalou mais agentes de folga para trabalhar nas blitze no segundo turno das eleições de 2022 em estados onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou no primeiro turno.
De acordo com um documento interno da corporação obtido pelo UOL, o efetivo extra foi usado principalmente em regiões do Norte e Nordeste, em redutos eleitorais do petista.
A PRF, no entanto, afirmou que os policiais foram empenhados com base em análise técnica e que 65% dos crimes eleitorais no primeiro turno aconteceram nessas duas regiões. Na época, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contestou os bloqueios.
Lula ganhou no primeiro turno no Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão, Tocantins, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. Foram nesses estados onde houve reforço de efetivo com hora extra pago pela PRF.
Segundo a PRF, o foco da operação era evitar possíveis crimes eleitorais. Entretanto, essa série de blitze trouxe consequências. Diversos eleitores chegaram atrasados a seus locais de votação. Vale destacar que o TSE chegou a ampliar o horário para as pessoas votarem, além de pedir explicações à PRF.
O custo total da operação foi de mais de R$ 1,3 milhão. A sede da PRF que mais gastou com a ação foi a de Minas Gerais (R$ 107,1 mil), seguida pela da Bahia, que pagou R$ 93,6 mil. Foi justamente para a Bahia que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres viajou dias antes do segundo turno.