‘Bolsolulas’: por que Bolsonaro vem perdendo terreno no campo evangélico

Pesquisa diz que há três tipos de fieis e que o grupo que mais cresce é o dos 'bolsolulas'

Atualizado em 21 de agosto de 2022 às 14:09
Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle em culto evangélico na Igreja Batista da Lagoinha
Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

O mais recente fenômeno nas igrejas evangélicas responde pelo nome de ‘bolsolulas’. São os fieis arrependidos do voto em 2018 e que estão migrando para apoiar o ex-presidente.

Embora tenha forte apoio nas igrejas, Bolsonaro é alvo de críticas, conforme pesquisa qualitativa feita pela Casa Galiléia e conduzida por Vinicius do Valle, doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Observatório Evangélico.

O pesquisador destaca que há uma percepção de que a pauta armamentista, levada a cabo por Bolsonaro, é incompatível com os princípios religiosos, embora alguns poucos defendam a liberdade do porte de arma.

O estudo conduzido por Vinicius do Valle e divulgado pelo Globo observou três perfis de eleitores entre os fieis: bolsonaristas, que votaram em Bolsonaro em 2018 e vão repetir a escolha este ano, indecisos e “bolsolulas” — aqueles que votaram em Bolsonaro em 2018 e estão indecisas ou decididos a votar em Lula.

Bolsonaro é visto entre os evangélicos como grosseiro, insensível com os pobres e negacionista durante a pandemia.

Episódios como o que chamou a Covid-19 de “gripezinha” são classificados por indecisos ou “bolsolulas” como atitudes “nefastas” do presidente.

Os bolsonaristas, por sua vez, enxergam Bolsonaro como autêntico e, apesar de críticos, justificam que a pandemia teria o mesmo curso no país independentemente dele.

É uma quase unanimidade nas igrejas que a vida piorou nos quase 4 anos do bolsonarismo no poder; a isso some-se à dor dos mortos na pandemia – os evangélicos lideram o grupo social com mais mortos pela Covid-19 – e entenda por que Lula vem ganhando terreno nos templos.

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