Bolsonarista ‘chorão’ de BH foi de Porsche a acampamento, mas alegou ‘pobreza’ para não pagar processo

Atualizado em 7 de janeiro de 2023 às 19:06

O bolsonarista que ficou famoso por chorar patologicamente durante operação de desmonte de acampamento golpista em Belo Horizonte costuma fazer esse número.

Esdras Jônatas dos Santos, empresário, apareceu diversas vezes na TV aos berros. A alegação era de que sua loja na cidade havia sido assaltada em várias ocasiões num curto período de tempo — levantando a suspeita de que se tratava de golpe para pegar o seguro. 

Um perfil de humor no Twitter postou as cenas (veja no final desta matéria).

Esdras entrou com um processo na Justiça para que o camping golpista volte a funcionar. Por incrível que pareça, ganhou. O juiz que decidiu em seu favor, Wauner Batista Ferreira Machado, já chamou o prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD), de ‘tirano’ por baixar decreto que barrava o funcionamento de bares, lanchonetes e restaurantes na cidade durante a pandemia.

Com um Instagram repleto de fotos ostentando luxo em hotéis e restaurantes caros, Esdras alegou “pobreza” para não pagar as custas processuais da ação.

Conforme a prefeitura de Belo Horizonte, ele foi à manifestação dirigindo um Porsche. Postou a imagem do volante. O modelo zero-quilômetro mais barato no Brasil, o Macan, custa R$ 439 mil.

A defesa do sujeito anexou uma declaração do Imposto de Renda em que ele mostra rendimentos tributáveis de pouco mais de R$ 3 mil em 2021. 

Esdras ostentando nas redes sociais: alegação de "probreza" em processo
Esdras ostentando nas redes sociais: alegação de “probreza” em processo
Vida de golpista é dura

A prefeitura de Belo Horizonte acionou o Supremo Tribunal Federal contra a decisão judicial autorizando o protesto antidemocrático.

“Portanto, possuindo porsches e jatinhos, estranha-se o impetrante ter se autoafirmado ‘pobre’ com o único intuito de se eximir do pagamento das custas judiciais pelo processo que ajuizou. Tendo decidido pelo irresponsável ajuizamento de ação na via inadequada para tentar burlar uma decisão do Supremo Tribunal Federal, o mínimo que se esperava era o pagamento das custas judiciais devidas a todos não hipossuficientes”, escreveu o procurador Caio Perona.

A turma que pede golpe está em frente à sede da 4ª Região Militar do Exército desde que Lula ganhou as eleições.

Em relatório enviado ao STF em novembro, assinado pelo comandante-geral da PMMG, coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, Esdras é citado como liderança do movimento, “visto com frequência sobre o trio elétrico interagindo com o público”.