Bolsonarista e “meme ambulante”: quem é Bruno Henrique, investigado por esquema de apostas

Atualizado em 5 de novembro de 2024 às 13:43
Bruno Henrique, investigado por manipulação esportiva, ao lado de Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (5), sob a suspeita de manipulação de resultados esportivos. A ação faz parte da Operação Spot-fixing, que investiga irregularidades em apostas envolvendo o jogador. Com um salário que ultrapassa R$ 1 milhão por mês, “BH”, como é chamado pelos torcedores, é acusado de forçar um cartão amarelo em troca de ganhos financeiros em apostas feitas por familiares.

Ídolo do Flamengo, Bruno Henrique ganhou destaque em sua carreira com passagens por grandes clubes, incluindo Santos, Cruzeiro e o Wolfsburg, da Alemanha. Desde que chegou ao time carioca, conquistou importantes títulos, como duas Libertadores da América e dois Campeonatos Brasileiros, além de Copa do Brasil, Supercopa do Brasil e Campeonato Carioca.

Popular entre os torcedores, o atacante também ficou famoso por seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de Covid-19, o que lhe rendeu simpatia de parte da torcida que tem o maior número de adeptos no Brasil.

Em 2019, após um empate em 4×4 contra o Vasco, o atleta viralizou a frase “oto patamá”, que se tornou um bordão entre os flamenguistas para exaltar a superioridade do clube sobre os adversários.

No ano seguinte, em plena pandemia, o jogador virou meme mais uma vez em um vídeo em que pedia aos fãs para seguirem as medidas sanitárias, dizendo de maneira robótica: “Galera, vamos nos prevenir contra o coronavírus. Lave bem as mãos, passe álcool em gel e, se possível, fique em casa”.

A falta de desenvoltura na frente das câmeras e o tom robótico no vídeo reforçaram sua imagem, tornando-o protagonista de diversos memes. E o tamanho da torcida flamenguista também ajudaram “BH” a viralizar, como quando ele justificou a grandeza do clube usando a quantidade de perfis de torcedores nas redes sociais.

A operação foi deflagrada após alertas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre atividades suspeitas no jogo entre Flamengo e Santos, disputado em 2023 pelo Campeonato Brasileiro. Durante o confronto, o jogador teria forçado uma falta para garantir um cartão amarelo, favorecendo apostas colocadas por familiares. Veja o lance: 

O Ministério Público destacou que a conduta infringe a Lei Geral do Esporte, que prevê pena de reclusão entre dois a seis anos para manipulação de resultados esportivos.

Bruno Henrique foi surpreendido pelos agentes em sua residência, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, ainda dormindo no momento em que a PF chegou ao local. Ele cooperou com as autoridades, entregando documentos, celulares e outros aparelhos eletrônicos para as investigações.

Além dele, outros envolvidos foram alvo da operação, incluindo seu irmão, cunhada e dois amigos próximos, com mandados de busca cumpridos em endereços no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

As investigações contra o jogador ganharam força após relatórios da International Betting Integrity Association (Ibia) e da Sportradar, que indicaram um volume elevado e atípico de apostas em torno do cartão amarelo de Bruno Henrique no jogo entre Flamengo e Santos.

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