A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, emitiu uma intimação ao deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) para que responda à denúncia por injúria e racismo apresentada contra ele pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em novembro do ano passado. O prazo estipulado para a resposta é de até 15 dias. Caso a condenação ultrapasse quatro anos de prisão, a PGR solicita a declaração de perda do mandato parlamentar.
Em um episódio do podcast “Três Irmãos” em junho de 2023, Gayer fez comentários controversos, alegando que “quase todos os países lá [na África] são [governados por] ditadores” e sugerindo que a democracia na região não prospera devido à suposta falta de capacidade cognitiva. Essas declarações foram feitas em resposta a Rodrigo Arantes, o apresentador do programa, que mencionou o QI médio na África.
Um dos bate-papos mais imbecís dos últimos tempos. Deputado Gustavo Gayer diz que há ditaduras na África pq lá o QI é baixo. Mistura de racismo com muita burrice e desinformação. E se acham ainda inteligentes? Só podiam ser bolsonaristas. pic.twitter.com/9kDaeKeS5S
— GugaNoblat (@GugaNoblat) June 28, 2023
Nas mídias sociais, Gayer também respondeu a uma postagem de Silvio Almeida, referindo-se ao ministro dos Direitos Humanos como “analfabeto funcional ou completamente desonesto”.
Além disso, a ministra Cármen Lúcia ordenou que a plataforma de mídia social X (antigo Twitter) preserve e forneça uma cópia digital da publicação na qual o deputado insulta o ministro.
A iniciativa da PGR foi uma resposta a denúncias apresentadas por diversos parlamentares, incluindo Célia Xakriabá, Erika Hilton, Luciene Cavalcante e Talíria Petrone, do PSOL, assim como pelo próprio Silvio Almeida.
Meu discurso completo na Paulista. O povo brasileiro de bem não vai parar!!! pic.twitter.com/vjXrffKSGZ
— Gustavo Gayer (@GayerGus) February 25, 2024
Gayer, que foi um dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), participou de um evento liderado pelo mesmo no domingo (25), onde afirmou que “desde o 8 de janeiro que pessoas que usam verde e amarelo são perseguidas”.
Conforme reportado pela Folha de S.Paulo, Gayer se autodeclarou pardo durante sua candidatura ao cargo de prefeito de Goiânia (GO) em 2020 e branco na disputa pelo posto que ocupa atualmente, em 2022.