Bolsonarista investigado por fake news é preso após agredir idoso de 86 anos

Atualizado em 18 de julho de 2024 às 17:58
O bolsonarista Hans River. Foto: reprodução

O bolsonarista Hans River do Rio Nascimento, de 35 anos, foi detido na última quarta-feira (17) após agredir um idoso de 85 anos durante uma discussão na na Vila Mariana, bairro nobre de São Paulo. Hans é ex-funcionário da Yacows, empresa contratada para promover os disparos em massa de conteúdos da extrema-direita pelo WhatsApp durante as eleições de 2018.

A agressão aconteceu após uma discussão com Air Feliciano da Silva, que completa 86 anos nesta quinta-feira (18). Câmeras de segurança registraram o momento em que Hans puxa o idoso e aplica uma rasteira para derrubá-lo. Segundo o boletim de ocorrência, o bolsonarista afirmou em depoimento à polícia que confrontou o idoso após notar olhares com tom “discriminatório”.

Apesar de não haver nenhuma fala racista, ele disse que decidiu confrontá-lo. Hans River alegou ter levado um soco do senhor e que “apenas revidou as agressões que sofreu”. A Polícia Militar prendeu Hans cerca de 30 minutos após a discussão, levando-o ao 27° Distrito Policial.

Na versão da vítima, um corretor de imóveis, ele estava na frente de um estande de vendas tentando conseguir clientes quando foi abordado e agredido sem motivo. Air Feliciano foi encaminhado ao hospital Saboya e liberado após receber curativos, com os médicos não constatando lesões substanciais que indicassem perigo de vida.

River ganhou notoriedade ao depor na CPMI das Fake News, iniciada após uma reportagem da jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, que revelou o uso de conteúdos falsos nesses envios. Em seu depoimento, ele alegou que a repórter teria se insinuado sexualmente para obter informações, acusação que resultou em um processo judicial. Já em 2024, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decidiu a favor de Patrícia, condenando Hans ao pagamento de R$ 50 mil por danos morais.

Na época, a Folha revelou todos documentos e prints das interações entre o bolsonarista e a jornalista, comprovando o tom da denúncia e mostrando que, em determinando momento, Hans pediu para desistir da denúncia: “Pensei melhor, estou pedindo pra você retirar tudo que falei até agora, não contem mais comigo”, escreveu à Patrícia três dias após o veículo procurar a Yacows.

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