Ivan Rejane Forte Boa Pinto, bolsonarista preso hoje pela PF (Polícia Federal) em Belo Horizonte (MG) após defender em seus perfis nas redes sociais ataques e ameaças de morte a políticos de esquerda, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), disse em depoimento à corporação que ficaria em silêncio.
“Cientificado de que, caso tenha envolvimento com os fatos criminosos investigados, tem o direito de permanecer em silencio, de não produzir provas contra si mesmo e de ser assistido por um advogado, Ivan respondeu que seu advogado encontra-se no interior do Minas Gerais, nesta data, e não poderá acompanhá-lo durante a oitiva e que, nesse sentido, prefere manter-se em silencio e não responder as perguntas formuladas”.
Esse registro está no termo de declaração do bolsonarista. A prisão foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes depois de a PF afirmar que ele usa canais e perfis em redes sociais (YouTube, Facebook, Twitter e Telegram) para atrair apoiadores a fim de praticar atos de violência.
Ivan foi candidato a vereador da capital mineira em 2020, sob o nome Ivan Papo Reto, pelo PSL (hoje, União Brasil). Teve 189 votos.
Na descrição do material apreendido hoje pela PF, a que o UOL também teve acesso, a corporação cita um notebook e um celular.
“Após os policiais se identificarem, Ivan se recusou a abrir o portão, momento em que foi necessário usar a força para abrir o portão de entrada. Depois, os trabalhos se seguiram na normalidade”, afirma a PF nos autos de busca e apreensão. O material deverá ser analisado.
A PF ainda destacou que, apesar de as condutas terem sido feitas em redes sociais, não podem ser desprezadas porque podem ser usadas para impulsionar o extremismo do discurso de polarização e antagonismo, por meios ilegais.
“Publicações de ameaças contra pessoas politicamente expostas têm um grande potencial de propagação entre os seguidores do perfil, principalmente considerando o ingrediente político que envolve tais declarações”, diz a corporação. Essa informação é de Weudson Ribeiro no UOL.