A bolsonarista Maria Cristina de Araújo Rocha, pensionista do Exército, como filha de oficial, divorciada, amiga do general Villas Bôas, está processando o DCM.
Maria Cristina ficou famosa por um protesto na Paulista em que ameaçava as pessoas com um taco de beisebol com a inscrição “Rivotril”.
Ela se sentiu ofendida ao ser retratada como fascista, xenófoba e extremista de direita. Ficou contrariada com um perfil escrito por Joaquim de Carvalho em que sua filha contava quem era a mãe.
Entre outras coisas, revelou que Cristina nunca foi filha de general, como alegava, mas de coronel forçado ao exílio na França após aparecer com camiseta de Che Guevara no início dos anos 70.
Cristina sustenta que o DCM lhe causou danos à imagem.
No entanto, segundo nosso advogado, Francisco Ramos, “quem o fez foi a própria demandante se lançando à mídia com posicionamentos políticos polêmicos e, com isso, sujeitando-se não apenas às críticas jornalísticas, bem como aos esclarecimentos que precisou conferir junto à Delegacia de Polícia”.
Em resumo, enquanto nos acionava na Justiça, Cristina era investigada.
Ela acaba de ser denunciada pelo Ministério Público por “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.
Como mais duas amigas, Neusa de Oliveira e Simone Gomes da Costa, ela foi em março de 2020 a uma manifestação no consulado da China em São Paulo.
Exibiam faixas e cartazes com palavras de ordem como “Chinese Wuhan Pneumonia”, “China fora do Brasil seu vírus acabando com os empregos”, “China desgraça do mundo”, “Vírus made in China” etc.
Diante de um funcionário que gravava os ataques, gritaram: “Seus ratos imundos! Grava aí seu rato! Seu rato chinês! Rato chinês! Rato da pior qualidade!”
Em interrogatório, confessaram tudo, diz o relatório do MP.
De acordo com o juiz Marcos Vieira de Moraes, “a denúncia preenche os requisitos do artigo 41 do CPP, havendo prova da materialidade e indícios suficientes de autoria. Estão presentes os pressupostos processuais e a justa causa para o exercício da ação penal”.