O empresário do ramo têxtil Esdras Jonatas dos Santos, um dos líderes do acampamento que foi desmontado pela Guarda Municipal na Avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte, entrou com uma ação para tentar remontar o local e teve seu pedido aceito.
O apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais na sexta-feira (6) para tentar conseguir uma forma de que os manifestantes possam continuar protestando e que tenham seus objetos devolvidos.
Por meio de seu advogado, Paulo Henrique Carvalho Meira Passos, o empresário, que é um dos sócios da marca Lemy, requereu gratuidade judiciária e alegou não possuir “condições de arcar com as despesas processuais sem obter prejuízo de seu próprio sustento e de sua família”.
Porém, nos autos do processo, aos quais o jornal Estado de Minas teve acesso, a Procuradoria-Geral do Município de Belo Horizonte (PGMBH) pontuou que Esdras “fez questão de registrar a sua chegada no movimento da Avenida Raja Gabaglia dirigindo um veículo da marca Porsche” em uma transmissão ao vivo feita nas redes sociais e “estranha-se o impetrante ter se autoafirmado ‘pobre’ com o único intuito de se eximir do pagamento das custas judiciais pelo processo que ajuizou”.
O modelo de carro mais “em conta” da Porsche no Brasil é o Macan T, que em maio de 2022 custava cerca de R$ 439 mil. O bolsonarista também compartilhou em sua página na web fotos em um hotel no México cuja diária mais barata está estipulada em US$ 623 (mais de R$ 3,2 mil na cotação atual).
Na ação judicial, o empresário argumentou que o acampamento realizava uma “manifestação totalmente pacífica” e que a Guarda Municipal, ao desmontar a base, estava “violando direitos humanos e fundamentais dos presentes”.
A Justiça acatou o pedido de Esdras, mas a decisão vale apenas para ele. Ou seja, apenas ele pode voltar ao local, retomar o acampamento e se manifestar, caso deseje.