Bolsonaristas e aliados de Trump planejam operação contra o Brasil; entenda

Atualizado em 4 de novembro de 2024 às 13:43
Os deputados federais bolsonaristas Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Bia Kicis (PL-DF). Foto: Reprodução

Um grupo de parlamentares bolsonaristas planeja uma viagem aos Estados Unidos após as eleições americanas para se reunir com a ala mais radical do Partido Republicano e buscar meios de pressionar instituições brasileiras. A ideia é ir ao país se o ex-presidente Donald Trump vencer e voltar à Casa Branca.

Segundo a coluna de Jamil Chade no UOL, membros do governo Lula já foram informados sobre a possível viagem e temem que uma vitória de Trump transforme a Casa Branca em um centro de operações para fortalecer grupos de extrema-direita em países da América Latina.

Em carta, deputados e senadores alertaram congressistas americanos sobre a possível viagem. “Escrevemos para alertá-los sobre a iminente visita de parlamentares brasileiros da extrema-direita aos Estados Unidos, prevista para novembro deste ano”, diz o documento.

O recado é assinado pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Eliziane Gama (PSD-MA), e os deputados federais Henrique Vieira (PSOL-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Rafael Brito (MDB-AL) e Rogério Correia (PT-MG).

“Essa visita tem o claro objetivo de promover uma narrativa falsa de que o Brasil vive sob uma ‘ditadura judicial’, utilizando redes de desinformação na tentativa de minar as instituições democráticas brasileiras”, prossegue a carta.

O ex-presidente e candidato Donald Trump. Foto: Getty Images

O documento foi coordenado pelo Instituto Vladimir Herzog, que articula uma aliança entre parlamentares brasileiros e congressistas americanos em defesa da democracia para a troca de informações e cooperação. A carta foi enviada a deputados e senadores centrais nas investigações sobre a invasão do Capitólio, como Jamie Raskin, Sydney Kamlager-Dove e Bernie Sanders.

A possível viagem deve envolver parlamentares como Marcel Van Hattem (Novo-RS), Bia Kicis (PL-DF) e outros membros da base bolsonarista. A carta ainda cita Elon Musk, bilionário dono do X (ex-Twitter), “é um exemplo alarmante de como influenciadores internacionais estão diretamente envolvidos nessa campanha [de atacar instituições brasileiras]”.

“Musk não só se recusou a remover contas que promoviam ataques contra figuras públicas brasileiras, como também intensificou a retórica de ‘censura’, que ecoa os discursos dos parlamentares brasileiros da extrema-direita em nosso país”, prossegue o documento.

A viagem dos bolsonaristas visa, segundo a carta, buscar apoio de figuras políticas americanas de extrema-direita para “disseminação de desinformação e tentativas de desestabilizar o Estado de Direito”.

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