Os bastidores políticos fervem com discussões e estratégias elaboradas por investigados da suposta trama golpista visando à anulação da delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, um dos principais personagens do imbróglio. Com informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.
O cenário ganhou destaque após a revista “Veja” divulgar áudios nos quais Cid questiona a atuação do ministro Alexandre de Moraes e dos investigadores no caso, levantando suspeitas sobre a veracidade de seu testemunho.
MUITO TRISTE: em áudio vazado, Mauro Cid "chora", diz que SE FODEU, perdeu dinheiro e carreira, enquanto o Bolsonaro ficou milionário recebendo Pix. Ele ainda chamou os bolsonaristas presos de "bagrinhos" e disse que está envolvido com jóias e vacinas.pic.twitter.com/rt1RTsM8VM
— Vinicios Betiol (@vinicios_betiol) March 21, 2024
Cid, que fechou acordo de delação com a Polícia Federal (PF), relatou detalhes de uma reunião entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a cúpula das Forças Armadas, sugerindo a possibilidade de uma intervenção militar. No entanto, a repercussão dos áudios resultou na prisão novamente de Cid e provocou debates sobre a validade de sua colaboração.
Para muitos dos envolvidos, a delação do ex-ajudante de ordens representa a principal base acusatória contra Bolsonaro, especialmente em casos como a suposta fraude no cartão de vacinação. Alegações de que Cid teria fechado o acordo sob coação levantam questionamentos sobre a voluntariedade de seu depoimento.
Embora a possibilidade de anular a delação seja considerada, há preocupações sobre as implicações políticas e jurídicas dessa medida. Alguns defendem aguardar o desenrolar das investigações para ter acesso ao inteiro teor da colaboração premiada de Cid antes de tomar qualquer decisão.
Além disso, estratégias envolvendo a espera pelos movimentos dos demais investigados também são cogitadas, na expectativa de que outro alvo assuma a liderança na tentativa de derrubar a delação.
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