O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem cobrando uma varredura em cargos de confiança para identificar servidores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na máquina pública federal.
Na última terça-feira, durante evento em Salvador para o relançamento do programa Minha Casa, Minha Vida, Lula disse que ainda não conseguiu montar algumas equipes porque precisava “tirar bolsonaristas que estão infiltrados às pencas”.
De acordo com informações do jornal O Globo, um dos casos de veto é o da chefia da Defensoria Pública da União (DPU). O processo de recondução de Daniel de Macedo para o comando do órgão foi travado pelo chefe do Executivo. Ele foi indicado por Bolsonaro.
Outra trava ocorreu na Câmara de Comércio Exterior (Camex). Nesta quarta-feira (15), foram exonerados o ex-comandante da Marinha Almir Garnier dos Santos e o ex-ministro de Ciência e Tecnologia e atual senador Marcos Pontes. Rodrigo Alves Teixeira e Bruno Moretti, economistas ligados ao PT, foram designados aos cargos.
Um dos focos de desconfiança de Lula, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) teve mais de 80 militares exonerados. O presidente também trocou o número dois da pasta, general Carlos Penteado, após os atos terrorista no dia 8 de janeiro.
O comandante do Exército, Tomás Paiva, barrou a nomeação do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, para o comando de um batalhão de operações especiais em Goiânia. A resistência do então comandante do Exército Júlio Cesar de Arruda em relação a decisão de Lula foi um dos motivos de sua queda.
Na Comissão de Ética Pública da Presidência, o petista exonerou três integrantes próximos ao ex-presidente: Célio Faria Júnior, que foi seu chefe de gabinete e ministro-chefe da Secretaria de Governo; o ex-assessor especial João Henrique Nascimento de Freitas; e o secretário estadual de Justiça em São Paulo, Fábio Prieto de Souza.
Além disso, o ministro da Justiça Flávio Dino desistiu de nomear Edmar Camata para o posto de diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) após ele fazer críticas a Lula e manifestações de apoio à Operação Lava-Jato. Vale destacar que a PRF é um dos focos da força-tarefa de “desbolsonarização” do governo petista.