Bolsonaristas querem transformar sabatina de Dino em continuação da CPI do 8/1; entenda

Atualizado em 4 de dezembro de 2023 às 9:15
Flávio Dino. Foto: reprodução

Bolsonaristas planejam estender a sabatina do indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça Flávio Dino, no Senado, transformando-a em uma continuação da CPI do 8 de Janeiro, segundo o jornal O Globo.

O objetivo é pressioná-lo com tópicos ligados à pasta, como a falta de imagens do circuito interno durante os eventos, alertas recebidos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a atuação da Força Nacional. O encontro está agendado para o dia 13 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Embora Dino tenha sido solicitado pela oposição para depor na CPI, nunca houve consenso para levá-lo ao colegiado. Os opositores utilizaram um relatório alternativo para requerer o indiciamento do ministro por alegados crimes de desobediência e abuso de autoridade.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) defendeu a presença de Dino, buscando esclarecimentos sobre as medidas tomadas após os alertas emitidos pela Abin, a ausência de imagens do circuito interno do ministério e a atuação da Força Nacional.

Amin acredita que os motivos das ações de Dino nestes casos podem comprometer a imparcialidade de um juiz, tornando essencial conhecê-los.

O que diz Flávio Dino sobre a possibilidade de ser ministro do STF – CartaExpressa – CartaCapital
Flávio Dino. Foto: reprodução

Dino nega as acusações, alegando que as imagens foram arquivadas devido ao contrato com a empresa responsável pelas câmeras. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) reforça que ele será questionado sobre temas que a oposição desejava abordar na comissão e expressa insatisfação pela suposta proteção a Dino por aliados no colegiado. A relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), tem apoiado o ministro em busca de apoio.

Outros tópicos, como o marco temporal das terras indígenas e a presença da esposa de um líder de facção criminosa do Amazonas em reuniões com um colaborador de Dino na Justiça, também deverão ser abordados na sabatina. A gestão de Dino no Maranhão, estado que governou entre 2014 e 2022, será objeto de perguntas.

Além disso, a oposição tem a intenção de explorar a visita de Dino ao Complexo da Maré, em março, momento em que membros da oposição acusaram o ministro de ter sido acolhido na região devido a possíveis vínculos com criminosos. Essas alegações foram rebatidas por Dino, que as classificou como “ódio” proveniente da extrema-direita em relação “a áreas onde vivem os mais desfavorecidos”.

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