Bolsonaristas saem em defesa de André Valadão após ameaça de morte a homossexuais

Atualizado em 4 de julho de 2023 às 12:05
Jair Bolsonaro e André Valadão – Foto: Reprodução

Após o pastor bolsonarista André Valadão atacar a população LGBTQIA+ e sugerir que evangélicos deveriam matá-los, diversos simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saíram em defesa do evangélico.

Durante culto na igreja Lagoinha, em Orlando, nos Estados Unidos, Valadão afirmou que é preciso “resetar” os membros dessa comunidade e que, se Deus pudesse, “matava tudo e começava tudo de novo”.

“Então agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer ‘nananinanão’, ‘pó’ parar, reseta. Aí Deus fala: não posso mais, já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi a mim mesmo que não posso, então agora tá com vocês”, disse o evangélico.

Diante da repercussão da fala do pastor, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi às redes sociais, nesta terça-feira (4), para defender o bolsonarista. “Aos que estavam duvidando… a perseguição chegou dentro das igrejas, é o início do fim do resto que ainda tínhamos de liberdade religiosa”, disse o parlamentar.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também fez um discurso defendendo Valadão. O bolsonarista disse que o pastor estava pregando contra o pecado e que “ditadores comunistas enaltecidos pela esquerda”, como Fidel Castro, assassinaram pessoas LGBTQIA+.

“Eu nasci para poder ver comunista ensinar cristão a como ler a Bíblia“, iniciou Nikolas. “Gente que nunca abriu um versículo, pessoas que não tem comunhão, intimidade nenhuma com Deus, tive que ouvir aqui um ‘pastor da Shopee’ e a sua igreja invisível dizer que o pastor André Valadão queria matar homossexuais”.

“Para de inventar isso. Pelo contrário, sabe quem matava homossexuais? O Fidel [Castro, ex-ditador de Cuba], que falou para a Folha de S. Paulo que matava e perseguia homossexuais em Cuba. Estão querendo dizer que uma ministração tirada do contexto dizer que o pastor queria matar homossexuais?”, questionou Nikolas.

 

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O deputado e pastor fundamentalista Marco Feliciano (PL-SP) também saiu em defesa do evangélico. Ele disse que Valadão “é um homem de família” e atacou os parlamentares da esquerda que criticaram o líder religioso. Feliciano ainda “misturou tudo” com o comunismo.

“O pastor André Valadão, que é um homem muito conhecido em nosso meio evangélico, é um homem íntegro, é um homem de família e tem sido atacado covardemente pela extrema imprensa, que insiste em distorcer as falas [de André Valadão]. Ele está vivendo o que eu vivi no ano de 2013, quando pegaram falas, separaram palavras e usaram isso publicamente, acabando por destruir a imagem e a reputação das pessoas”, disse Marco Feliciano.

“Não bastasse ser atacado pela extrema imprensa, ele foi atacado aqui neste parlamento agora há pouco por três deputados: um socialista, uma comunista e um vigarista. Entenda-se por vigarista: um canalha. Eu até entendo um socialista ter um problema de cognição, porque o socialista que atacou o pastor André Valadão aqui já chamou minha mãe certa vez de prostituta, uma mulher negra e analfabeta.”

 

Valadão virou alvo de um inquérito do Ministério Público Federal (MPF) para apurar se ele cometeu crime de homotransfobia após falas contra pessoas LGBTQIA+ durante o culto. O líder religioso também é investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais.

Ele ainda negou ter incitado que evangélicos matem pessoas LBTQIA+ e disse que é alvo de uma “narrativa” de que seria homofóbico. Nas redes sociais, o religioso disse que sua pregação “nunca será sobre matar pessoas”, mas sobre “deixar claro o que é a vontade de Deus”.

“Na minha mensagem, na minha pregação, quando eu digo ‘nós resetarmos’, eu não digo ‘nós matarmos’, pelo amor de Deus, eu não digo em ‘nós aniquilarmos pessoas’. O que eu digo é: cabe a nós levar o homem, o ser humano, ao princípio daquela que é a vontade de Deus”, alegou Valadão.

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