Aliados do governo Bolsonaro tem adotado estratégia de desqualificação dos áudios do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, em que afirma ter sido informado pelo presidente Jair Bolsonaro sobre buscas e apreensões em sua casa. A informação é da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo.
O argumento utilizado pelos bolsonaristas é de afirmar que a intuição presidencial “não é um crime”, uma vez que na ligação à sua filha, Ribeiro diz que “Bolsonaro está com pressentimento sobre a operação”. O telefonema é de 9 de junho, 13 dias antes de a operação ser deflagrada.
A mesma alegação deve ser utilizada pela defesa de Ribeiro para procurar cancelar o caso na Justiça. Enquanto isso, os estrategistas da campanha de Bolsonaro elaboram uma nova reação diante do cenário para blindar o atual presidente e seguir com o projeto da reeleição. Interlocutores do Planalto admitem o mau momento para o presidente a menos de cem dias do primeiro turno das eleições.
Com Bolsonaro estagnado nas pesquisas de intenção de voto e em meio a crise do MEC (Ministério da Educação), o núcleo da campanha eleitoral de Bolsonaro colocou em prática o plano de aumentar o Auxílio Brasil para R$ 600. A avaliação é que o aumento do benefício coloque a crise no MEC em segundo plano.
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tem questionado em suas redes sociais a validade da investigação. O senador criticou a decisão do juiz federal Renato Borelli, da 15ª Vara Federal do Distrito Federal, que determinou a prisão do ex-ministro, mesmo com a citação ao titular do Palácio do Planalto.
Em seu perfil, o coordenador da campanha de reeleição do pai afirmou: “Então havia gravação do ex-ministro falando que ‘ele’ achava que poderia ter busca e apreensão? Se ‘ele’ era Bolsonaro, porque o juiz e o procurador do Ministério Público Federal não remeteram os autos ao Supremo Tribunal Federal ao invés de prender o ex-ministro. Tá cheirando a ‘sacanagem’, além de crime, claro”.