Bolsonaristas vão fazer com Maia o que Olavo fez aos militares. Por Fernando Brito

Atualizado em 11 de maio de 2019 às 14:25
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) — Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Publicado originalmente no Tijolaço

POR FERNANDO BRITO

Como apontei ontem aqui, há intensa agitação nos arraiás da extrema direita (“minions”, PSL, Novo e o Podemos) contra as articulações de Rodrigo Maia com o Centrão.

Engana-se quem achar que é apenas por causa da manutenção do Conselho de Controle das Atividades Financeiras, o Coaf, nas mãos de Sérgio Moro.

É, também, contra a ampliação dos espaços de Maia no governo, arrastando com ele o “Centrão”,

Bolsonaro autorizou a insurreição contra o acordo que havia sido firmado por Ônyx Lorenzoni, desautorizado mais uma vez.”No pacote”, também irá o voto contrário à recriação do Ministério das Cidades.

Hoje, pelo Twitter, o movimento de rebeldia tem o apoio de Carlos e de Eduardo Bolsonaro e, até, da exótica Janaína Pascoal, que tem Maia como notório desafeto.

Maia, publicamente, tem tratado como um “assunto menor”. Só que não é assim.

Outros reagirão e é possível que  esta reação seja retaliar na comissão especial da reforma da Previdência, que teria seu cronograma retardado.

Mas Bolsonaro não vai ceder? Uma coisa é o que ele diz, outra, o que faz.

Nada é tão importante para ele quanto “manter o seus”. Foi assim no caso das provocações de Olavo de Carvalho aos militares, não é assim no caso do decreto das armas (para o qual se lixa sobre a viabilidade jurídica) e não será diferente agora, quando está em jogo o seu discurso “moralista”.

Seu objetivo principal não é fazer, é “causar”.