Publicado originalmente no Tijolaço
POR FERNANDO BRITO
Como apontei ontem aqui, há intensa agitação nos arraiás da extrema direita (“minions”, PSL, Novo e o Podemos) contra as articulações de Rodrigo Maia com o Centrão.
Engana-se quem achar que é apenas por causa da manutenção do Conselho de Controle das Atividades Financeiras, o Coaf, nas mãos de Sérgio Moro.
É, também, contra a ampliação dos espaços de Maia no governo, arrastando com ele o “Centrão”,
Bolsonaro autorizou a insurreição contra o acordo que havia sido firmado por Ônyx Lorenzoni, desautorizado mais uma vez.”No pacote”, também irá o voto contrário à recriação do Ministério das Cidades.
Hoje, pelo Twitter, o movimento de rebeldia tem o apoio de Carlos e de Eduardo Bolsonaro e, até, da exótica Janaína Pascoal, que tem Maia como notório desafeto.
Maia, publicamente, tem tratado como um “assunto menor”. Só que não é assim.
Outros reagirão e é possível que esta reação seja retaliar na comissão especial da reforma da Previdência, que teria seu cronograma retardado.
Mas Bolsonaro não vai ceder? Uma coisa é o que ele diz, outra, o que faz.
Nada é tão importante para ele quanto “manter o seus”. Foi assim no caso das provocações de Olavo de Carvalho aos militares, não é assim no caso do decreto das armas (para o qual se lixa sobre a viabilidade jurídica) e não será diferente agora, quando está em jogo o seu discurso “moralista”.
Seu objetivo principal não é fazer, é “causar”.