POR JESSE NAVARRO
Viralizou na internet uma desastrosa live do Bolsonaro durante a Maratona do Rio de Janeiro. Ele esperava que os maratonistas fossem saudá-lo, que o público fosse carregá-lo, chamá-lo de mito, mas aconteceu o contrário.
Os maratonistas apareciam ao vivo na transmissão xingando o candidato de nazista e golpista… Isso é o que chamo de “ficar no vácuo”. Sabe quando você vai cumprimentar alguém e fica no vácuo?
Isso chateia muito mesmo. E entendo porque Bolsonaro ficou triste e foi para o Teatro Commune, em Sampa, na tarde de sábado. Foi assistir a peça Deus é Humor.
O político que se diz representante das tradições da família e bons costumes só queria se distrair e nem sonhava que se converteria numa cura hétero.
Já ouviu falar? Não tem a cura gay do pastor Feliciano? Agora existe a cura hétero. Quanto mais homofóbico for o sujeito, mais purpurina vai soltar depois do ritual de cura.
O deputado chegou todo prepotente, querendo brigar com a banda Marcheiros, que tocava músicas gays para provocá-lo. Bolsonaro trocou o sorriso pela cara fechada quando o diretor Newton Cannito contou a história de seu amigo homofóbico que ele levou para passear no Shopping Frei Caneca.
Quando chegou a vez do Pastor Adélio pregar a “palavra da gozação”, Bolsonaro ficou atônito vendo o religioso se embaralhar todo citando argumentos da Bíblia para entender a homossexualidade.
O Pastor Adélio, rei da falácia, não conseguia se convencer dos seus próprios argumentos e chamou no palco Bolsonaro que, melhor do que ninguém, poderia ser mais convincente na defesa da homofobia.
Parecia que o preconceito iria vencer, quando Pastor Adélio desafiou Bolsonaro a passar por um ritual de cura hétero.
O deus do Humor se fez presente e um milagre aconteceu. Toda aquela marra machista se desfez e Bolsonaro liberou sua feminilidade escondida. Tirou a camisa, assediou plateia, músicos, nem o microfone escapou…
Faz uns dois meses que entrei para a Deus é Humor e tenho visto muitos milagres. Amém!
Serviço
A peça Deus é Humor, de Newton Cannito, está em cartaz no Teatro Commune (rua da Consolação, 1218, São Paulo), aos sábados, às 16 horas. Entrada franca.