O ex-presidente Jair Bolsonaro acredita que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já tem um veredito sobre o caso das joias e avalia que o magistrado aceitou a tese sustentada pela Polícia Federal. A corporação aponta que foram cometidos os crimes de peculato e associação criminosa. A informação é da coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles.
A PF viu indícios de organização criminosa no caso das joias e já conseguiu mapear a distribuição de tarefas e o fluxo de dinheiro no esquema entre os suspeitos, com base em informações prestadas pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Bolsonaro avalia que os ministros da Corte dificilmente votarão contra o magistrado caso os crimes sejam apontados em seu relatório. Por isso, acredita que a melhor maneira de evitar uma condenação pelo Supremo é abraçando a tese da Procuradoria-Geral da República (PGR), de que a Corte não tem competência para julgá-lo já que ele perdeu o foro por prerrogativa de função quando deixou a presidência.
Para o órgão, Bolsonaro deveria ser julgado por uma instância inferior. Foi com base nesse argumento que ele, a ex-primeira-dama Michelle e aliados ficaram em silêncio durante depoimento à Polícia Federal nesta quinta (31).
Em entrevista na última quarta (30), o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que o órgão já se manifestou pela incompetência do Supremo no caso e que cabe agora aos ministros decidirem sobre o tema, podendo anular as decisões de Moraes no inquérito.
A defesa de Bolsonaro ainda tem outra estratégia na manga: pedir de volta ao Tribunal de Contas da União (TCU) as joias devolvidas para tentar judicializar o tema e obter uma liminar favorável de um juiz bolsonarista de primeira instância.