O presidente Jair Bolsonaro acusou, sem apresentar qualquer prova, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ministro Edson Fachin, de trabalhar para eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro. Bolsonaro disse também que é “impossível” ele não estar em um segundo turno nas eleições deste ano, embora pesquisas de intenção de voto apontem a chance da vitória de Lula no primeiro turno.
Em entrevista ao canal Terraviva, o chefe do Executivo disse que Fachin já defendeu que Lula deveria ter participado das eleições de 2018. No entanto, à época o ex-presidente estava preso e teve sua candidatura rejeitada pelo TSE com base na lei da ficha limpa, que veda a candidatura de pessoas condenadas por órgãos colegiados da Justiça, como era o caso de Lula.
“Não podemos esquecer que foi o Fachin o relator do processo que retirou o Lula da cadeia, e agora está à frente do TSE. Ou seja, um tremendo desgaste para retirar Lula da cadeia, está à frente do TSE e tudo faz para que não haja transparência, obviamente, no meu entender, para eleger o Lula de forma não aceitável no meu entender”, afirmou Bolsonaro.
“No meu tempo, lá atrás, ganhava a eleição quem tinha voto dentro da urna. Agora, parece, quero que esteja errado –é um direito meu desconfiar, é um direito meu desconfiar–, espero que não ganhe as eleições a quem tem amigo para contar o voto dentro do TSE”, acusou.
Bolsonaro disse ainda que não decidiu se irá aos debates e por estratégia deixaria a opção em aberto, mas que participará em um eventual segundo turno, afirmando que seria impossível não haver um segundo turno e novamente mencionando a possibilidade de fraude no caso de perder a eleição.
“Eu vou esperar um pouco e, em havendo segundo turno – , espero que haja… Ô ministros Fachin, Barroso e Alexandre de Moraes: pelo que se vê nas ruas comigo é impossível não ter segundo turno. Ou é quase impossível não ganhar no primeiro turno. Espero que nada demais aconteça, estamos trabalhando para que flua com normalidade as eleições”, disse.