Publicado originalmente no Tijolaço:
Por Fernando Brito
Há, no Rio, um bloco carnavalesco chamado “Concentra, Mas Não Sai”.
É mais ou menos o significado de Jair Bolsonaro ter assinado hoje à tarde, mas não enviado ao Congresso, a proposta de reforma administrativa.
Só em março começa a andar, ao que tudo indica a passos de cágado, apenas um pouco mais lenta que a reforma tributária, para a qual o Governo sequer apresentou proposta e segue apenas com os projetos da Câmara e do Senado, numa omissão inacreditável.
E bem pouco provável que consiga ser aprovada até o recesso branco do Congresso em ano de eleições.
Mas Bolsonaro assinou, meio a contragosto, como forma de fazer um agrado a Paulo Guedes, depois de os dois andarem meio às turras.
Só que os ânimos parlamentares com o governo estão no pior possível e há, no caminho, propostas que os confrontam: o Fundeb, a PEC Emergencial, a (louca) autonomia do Banco Central…
E tudo isso em meio a uma imponderável crise econômica que se esboça.
A agenda legislativa de Jair Bolsonaro vai provocar polêmica. Desfilar, porém, serão outros quinhentos.