Durante a sua polêmica visita a Moscou em fevereiro desse ano, o presidente Jair Bolsonaro pediu ajuda a Vladimir Putin no desenvolvimento de um submarino nuclear. O pedido veio após os Estados Unidos não terem demonstrado interesse em contribuir com o projeto.
O Ministério da Defesa brasileiro perdeu as expectativas de firmar um acordo com Washington em 2018. De acordo com um militar ouvido pela Folha, os norte-americanos “enrolavam os brasileiros e pediam novas informações”.
Com isso, o Itamaraty, que participava em conjunto da negociação, resolveu procurar alternativas. Ainda não está claro se a operação militar russa na Ucrânia trará impactos aos novos planos do Brasil.
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Antigas negociações de Bolsonaro
Anteriormente a 2018, houveram conversas iniciais entre Rússia e Brasil, mas a chegada de Bolsonaro ao poder acabou paralisando um possível avanço, uma vez que o chanceler da época, Ernesto Araújo, “vetou a associação com Moscou”.
À época, o Brasil tinha um alinhamento ideológico aos EUA, comandado por Donald Trump. Entretanto, com a queda de Araújo em 2021 e o apoio da ala militar, as conversas foram retomadas e aceleradas.
A peça-chave para alavancar a negociação com Moscou foi o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, o almirante Flávio Rocha, que foi à capital russa no final de 2021 “com a missão de amarrar os pontos de cooperação”. Na sequência, Bolsonaro foi convidado e aceitou viajar para se encontrar com Putin no Kremlin.
Em 2021, a marinha brasileira iniciou testes de um sistema de propulsão nuclear, para o qual uma eventual assistência russa também poderia ser útil.