Bolsonaro precisa aprovar aliado à vaga do STF para salvar filho; Entenda

Atualizado em 16 de setembro de 2021 às 20:47
Bolsonaro abraçando André Mendonça
O presidente Jair Bolsonaro e André Mendonça. Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Bolsonaro já avisou que vai para guerra no Senado para que André Mendonça seja aprovado para o STF. Esse empenho do presidente não é por acaso. Com a ida de Cármen Lúcia para a primeira turma, o novo ministro automaticamente entra na segunda.

O inquérito de rachadinha do senador Flávio Bolsonaro está na segunda turma. Ter um aliado lá é o maior desejo dos bolsonaristas. Na visão do grupo, é uma chance do filho do presidente escapar de uma possível condenação.

Só que o chefe do executivo informou que é preciso lembrar de Augusto Aras. Enquanto precisava da aprovação do Senado, seguia fiel. Depois que foi reconduzido, começou a ter atitudes contrárias ao desejo do presidente. Por isso Bolsonaro não acredita em total fidelidade de André Mendonça.

Porém, entende que é melhor tentar do que acompanhar tudo passivamente. Por isso já pediu aos aliados que conversem com senadores para pressionar Alcolumbre. O objetivo é pautar a sabatina de André Mendonça o mais breve possível.

Leia mais:

1 – Após decisão do TSE, Câmara cassa mandato do deputado bolsonarista Boca Aberta

2 – Oposição faz pressão contra nomeação de Pazuello no governo

3 – André Mendonça fala sobre possibilidade de desistir do STF: “Sem chances”

Mendonça não quer desistir e avisou Bolsonaro

Ele foi indicado em julho pelo presidente Jair Bolsonaro para o STF, na vaga deixada pelo ministro Marco Aurélio Mello. Desde então, o presidente vem aumentando o tom dos ataques ao tribunal e aos ministros. O clima pesado adiou a sabatina de Mendonça na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, caminho obrigatório para a cadeira no Supremo.

O ex-AGU não quer desistir. Foi encorajado ontem (15) por Bolsonaro – que, em reunião no Palácio do Planalto, disse a seu escolhido que não tem plano B para o STF. Ou seja, não nomeará outra pessoa no lugar do ex-advogado-geral.

Também estavam na reunião lideranças evangélicas, o segmento que mais apoia a nomeação de Mendonça. E um grupo de senadores fiéis a Bolsonaro – como Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente; Carlos Viana (PSD-MG) e Luis Carlos Heinze (PP-RS).

Para colegas, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), teria se comprometido a conversar com o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para tentar convencê-lo a agendar logo a sabatina. Mas, por ora, não há data provável.