Jair Bolsonaro deu entrevista a um grupo de alemães no Palácio do Planalto. Está no Youtube.
Mentiu do começo ao fim, para variar. O papo interminável teve fake news sobre Cuba, Venezuela e o coronavírus. Disse que as mortes por Covid no Brasil foram superdimensionadas, que a Coronavac é ineficaz e que a saída é a imunização de rebanho.
Vendeu cloroquina e invermectina. As manifestações de 7 de setembro, garantiu, foram as maiores da história. Etc etc.
O busílis é o entrevistador.
Tratava-se de Markus Haintz, advogado e fundador do Querdenken, grupo de extrema-direita que a Alemanha colocou sob vigilância nacional, e criador da organização antivacina “We the People”, que promove manifestações negacionistas no país.
O Departamento de Proteção à Constituição — o serviço de inteligência — afirma que o Querdenken (“pensamento lateral”) constitui ameaça por questionar a legitimidade do Estado.
As autoridades temem que as teorias da conspiração disseminadas nos protestos contra as medidas de confinamento não desapareçam mesmo após o fim da pandemia.
O Querdenken é ligado aos bandos neonazistas Reichsbürger e Selbstverwalter, que não se consideram sujeitos às leis da Alemanha. Segundo a DW, o Conselho Central dos Judeus saudou a decisão, dizendo que se tornou “urgentemente necessária”.
O Facebook removeu contas vinculadas a essa escumalha e anunciou uma iniciativa contra campanhas coordenadas por usuários que causem danos dentro e fora de suas plataformas.
O grupo está ligado à violência contra jornalistas, policiais e médicos fora da plataforma, além da disseminação de informações falsas sobre saúde.