Por Moisés Mendes
É complicada a situação dos oito tios milionários do zap, diante do convite-convocação de Bolsonaro para que estejam ao seu lado no 7 de Setembro em Brasília.
Quantos dos oito empresários investigados por golpismo atenderão aos apelos do líder? Bolsonaro tem defendido o grupo com determinação.
Como contrapartida, faz intimação para que estejam em Brasília no ato pró-golpe que usa o festejo da independência de novo apenas como laranja.
Na quarta-feira saberemos quais empresários se dispõem a aparecer num ato de incentivo à esculhambação da eleição em que o afrontado será de novo Alexandre de Moraes, o ministro que os investiga.
Na semana passada, em campanha no Rio Grande do Sul, Bolsonaro voltou a ofender o presidente do STE por ter dado a “canetada” que autorizou a Polícia Federal a bater nas casas dos empresários.
Chamou de vagabundo quem teria se infiltrado nas conversas dos amigos do zap, para vazá-las para o Metrópoles, e afirmou:
“Agora, mais vagabundo do que esse que está ouvindo a conversa é quem dá a canetada após ouvir o que ouviu esse vagabundo”.
É um tom ruim, talvez muito alto para os tios. Dessa lista quem irá ao ato em Brasília?
José Koury, do Barra World Shopping Rio; Luciano Hang, o véio da Havan; Afrânio Barreira, da rede de restaurantes Coco Bambu; José Isaac Peres, dos shoppings Multiplan; Marco Aurélio Raymundo Morongo, da Mormaii; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e André Trissot, do Grupo Sierra Móveis.
Quem se arrisca a ficar perfilado ao lado de Bolsonaro na hora em que o chefe atacar Moraes de novo?
Mesmo que não diga nada, que só trague a fumaça de tanques fumegantes, o sujeito estará atacando o TSE e o ministro que não aceitou seu pedido de trégua para engavetar o inquérito das fake news.
Até agora, só um dos oito do zap declarou que vai a Brasília. É o véio da Havan, o mais fiel e destemido de todos, que assim ajuda a complicar a vida dos amigos.
Se avisa publicamente que vai, acaba por desafiar os demais, que andam muito quietos.
Os sete continuarão recolhidos? Se forem a Brasília, fazem um gesto de acinte à Justiça e a Alexandre de Moraes. Se não forem, ficam mal com Bolsonaro.
É a hora de provar fidelidade incondicional ou de continuar atrás de uma pedra na colina. A maioria não deverá encarar o confronto do dia 7.
O ministro Dias Toffoli os definiu, “em tese”, como suicidas por participarem do grupo de golpistas do zap.
Quem for a Brasília para bajular Bolsonaro e afrontar Moraes pode colocar à prova a tese do suicídio e pedir a corda para se enforcar diante do Supremo.