Bolsonaro chegou a lançar joias apreendidas pela Receita no acervo pessoal, suspeita PF

Atualizado em 9 de março de 2023 às 11:44
Jair Messias Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

A possibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter se adiantado e incluido as joias sauditas em seu acervo pessoal antes mesmo da liberação dos itens apreendidos pela Receita Federal também é investigada pela Polícia Federal (PF).

O lançamento teria ocorrido no dia 29 de dezembro, mesmo dia em que também foram lançados os cinco itens da caixa que passou escondida pela alfândega de Guarulhos.

Segundo os agentes da operação, o Departamento de Documentação Histórica do gabinete pessoal do presidente da República registrou dois ofícios na data em questão, um para cada pacote. Os documentos no entanto, foram lançados no acervo pessoal de Bolsonaro, e não no acervo da União. As joias sauditas avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhões estavam dentre os lançamentos. Tal fator corrobora a tese da convicção de Bolsonaro com a ilegalidade e a tentativa de manter os itens para si.
Joias apreendidas pela Receita. (Foto: Reprodução)

O ex-capitão montou uma operação para tentar liberar as joias. Três dias antes do fim de seu mandato e um dia antes de fugir para os EUA, Bolsonaro teria contatado o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva e o mesmo foi à alfândega em Guarulhos com uma suposta ordem da chefia da Receita para que as joias fossem liberadas. O agente aduaneiro, no entanto, não cedeu e apontou falta de documentos necessários à operação.

O servidor da Receita cobrou a apresentação do Ato de Destinação da Mercadoria (ADM), que deveria informar se as joias iriam para o acervo da União ou para o patrimônio pessoal de Bolsonaro.

Diante do fracasso da operação, a funcionária responsável pelo Departamento de Documentação Histórica excluiu os dois ofícios do registro oficial no dia 3 de janeiro.

A Polícia Federal tenta recuperar os ofícios excluídos e deve interrogar a funcionária responsável pelos registros que, segundo investigadores, estaria apenas cumprindo ordens que vinham do gabinete da Presidência da República.

O inventário do acervo pessoal do presidente da República acabou encerrando a lista dos bens de Bolsonaro com os cinco itens que estavam na caixa que não foi apreendida pela Receita Federal, avaliados em cerca de R$ 400 mil.

Bolsonaro tem de devolver os bens, por conta do valor, ou então pagar tributos de importação e multa pela entrada irregular das joias.

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