Bolsonaro começa hoje a enterrar a TV Escola, projeto público que deu certo. Por Gabriel Priolli

Atualizado em 27 de dezembro de 2019 às 12:37
Equipamentos são retirados da local onde funcionava a TV Escola, no prédio do MEC Foto: Divulgação

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POR GABRIEL PRIOLLI

Começam hoje as demissões na TV Escola. Cerca de 100 funcionários deverão ser notificados.

É o início do fim da emissora educativa criada há 20 anos e que cumpre importante função social, sobretudo junto a comunidades do interior, que têm acesso à televisão apenas por antenas parabólicas.

Ali onde reinam os canais da bíblia e do boi, e os programas da bala, a TV Escola era uma das únicas janelas de conteúdo elevado, realmente útil.

Com mais essa decisão criminosa do Governo Bolsonaro, o governo do desmanche, vai acabando a estrutura federal de comunicação pública. A EBC já foi desidratada e a TV Brasil parece destinada à privatização.

Tudo ao gosto da mídia privada. Essa que a Constituição obriga à finalidade educativo-cultural e à diversidade de conteúdo, mas é descumprida rigorosa e impunemente.

Essa que é a voz do mercado, pelo mercado, para o mercado, e nada faz além de vender: produtos, serviços, pessoas, o deus do dinheiro, a ideologia do egoísmo, da cobiça e da avareza.

Ninguém lerá editoriais candentes nos jornais, nem verá reportagens escandalizadas nos telejornais, sobre a agonia da TV Escola.

Hoje é dia de júbilo silencioso na comunicação privada, o dia em que matam um canal público.