Bolsonaro conspirou por golpe, mas teve medo de pagar preço sozinho

Atualizado em 14 de janeiro de 2023 às 15:18
Jair Bolsonaro com expressão de preocupação
Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução/Instagram

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de ao menos duas discussões para procurar maneiras de reverter sua derrota nas urnas no fim do ano passado, no Palácio da Alvorada, segundo aliados.

De acordo com o Estadão, parlamentares mais extremistas, inconformados com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), queriam que o político do Partido Liberal editasse algum ato contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como o que foi encontrado na casa do ex-ministro ja Justiça, Anderson Torres, já preso. Um deles foi o senador eleito Magno Malta (PL-ES), que teria cobrado uma atitude do então chefe do governo.

A cobrança de Malta teria sido motivada por uma multa de R$ 22,9 milhões imposta ao PL por litigância de má fé, quando a sigla questionou o resultado das urnas eletrônicas no segundo turno do pleito de outubro.

Quem também esteve presente na conversa, ocorrida em meados de dezembro, foi o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL-PE). Porém, outras pessoas que também estavam lá disseram que Bolsonaro reagiu mal e disse que quem sofreria as consequências por qualquer atitude enérgica seria ele.

Antes dessa reunião, em novembro, o então presidente já havia visto com sua equipe jurídica a possibilidade de contestar a vitória de Lula na Justiça, mas foi aconselhado a não ir por esse lado para evitar potenciais retaliações, entre elas o bloqueio de seus bens.

No mesmo mês, após ter suas redes sociais bloqueadas por desinformação, o deputado José Medeiros (PL-GO) sugeriu a Bolsonaro que ele decretasse uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem). O parlamentar argumentava que a GLO faria com que as Forças Armadas “garantissem o direito da sociedade se expressar”. Apesar de ter sido analisado pelo Ministério da Justiça e pela Defesa, o pedido foi formalmente negado.

Mesmo admitindo as conversas que tiveram com Jair Bolsonaro, aliados do ex-presidente dizem desconhecer o rascunho de decreto de intervenção no TSE encontrado na casa do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, preso na manhã deste sábado (14).

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