Em sua coluna na Folha de S.Paulo, o jornalista Janio de Freitas afirma que os dois pontos que Jair Bolsonaro (PL) teve na pesquisa Datafolha divulgada no último dia 9 foram “números positivos de um fracasso” e que “sem sobressaltos, três semanas são prazo difícil para subidas de Bolsonaro que detenham Lula”.
Leia trechos:
Logo em seguida a dois grandes atos de campanha com transmissão nacional de TV —o de Brasília e o do Rio— e já em plena propaganda eleitoral de TV e rádio, Bolsonaro não colheu no Datafolha mais do que dois pontinhos presos na margem de erro. Duvidosos, portanto. São números positivos de um fracasso, ao contrário do que numerosas interpretações lhes atribuíram. Mais aproximam Lula do êxito no primeiro turno. Mas preservam ou aumentam as incertezas sobre as possíveis condutas dos militares em derrota de Bolsonaro. (…)
A esta altura, os números que afirmam a estabilidade real entre os candidatos não são fator único. Há o tempo até à votação, por exemplo. Sem sobressaltos, três semanas são prazo difícil para subidas de Bolsonaro que detenham Lula. Situação oposta à dos dois pontos faltantes para a decisão lulista já na primeira rodada. Nem por isso, no entanto, o jogo eleitoral está em vésperas seguras dos seus momentos culminantes(…)
Bolsonaro está impotente. Em práticas eleitorais legítimas, não tem muito o que fazer. O fiasco do 7 de Setembro, com 100 mil presentes em cada um dos eventos, no lugar do milhão esperado em Brasília e outro tanto no Rio, sugerem não estar distante do seu limite de aderentes. O filho Carlos, voz mais influente, propõe táticas que os marqueteiros não aceitam, e vice-versa. O próprio Bolsonaro acredita em indisciplina de militares, não em escolhas pelos eleitores.(…)