Jair Bolsonaro manteve nesta quarta (25) o tom adotado em seu pronunciamento na televisão sobre a crise do novo coronavírus na coletiva em Brasília, criticando medidas tomadas por governadores.
O presidente afirmou que quer que seja adotado o que chamou de “isolamento vertical” no Brasil, que atingiria apenas idosos e pessoas com outras doenças.
“Vou conversar com ele [Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde] e tomar a decisão. Cara, você tem que isolar quem você pode. Você quer que eu faça o quê? Eu tenho o poder de pegar cada idoso e levar para um lugar? É a família dele que tem que cuidar dele no primeiro lugar”, disse em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada.
Essa medida foi ventilada por Osmar Terra e Sérgio Camargo nas redes sociais no lugar das medidas de isolamento e quarentena.
Especialistas ouvidos pelo G1 criticaram a medida.
“Essas pessoas que têm mais riscos precisam intensificar o isolamento, mas o distanciamento social, como nós chamamos, é para todas as pessoas. Com menos interação, diminuímos a taxa e a velocidade da transmissão”, disse Alberto Chebabo, médico e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Já o superintendente médico do Hospital Santa Paula, Otavio Gebara, diz que o isolamento precisa ser feito em duas etapas. “Primeiro, se faz um período de isolamento total da população, que dure de 15 a 30 dias no mínimo. Após esse período, em que quem se contaminou não transmite mais a doença e se corta a subida quase vertical da curva de infectados, pode-se manter o isolamento para os grupos de risco, para que a economia consiga rodar”.