Em fevereiro de 2000, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu o direito ao aborto em uma entrevista à revista Isto É Gente. Internautas resgataram a reportagem para criticar o ex-chefe do Executivo, especialmente na época de sua campanha à reeleição, em 2022, quando ele se posicionou como “pró-vida e contra o aborto”.
Na conversa com a repórter Cláudia Carneiro, o político afirmou que a decisão de retirar o feto deve ser do casal. Quando questionado se já havia passado por tal situação, ele respondeu: “Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi manter. Está ali, ó”. Ele se referia ao seu quarto filho, Jair Renan, com Ana Cristina Siqueira Valle.
O nome de Jair Renan chegou a estar em um dos assuntos mais comentados no Twitter no mês do pleito presidencial. Internautas afirmaram que Bolsonaro desejava abortar o filho, mas a decisão de Ana Cristina foi manter a gravidez. Jair Renan Bolsonaro nasceu em abril de 1998 e foi reconhecido oficialmente como filho de Jair Bolsonaro apenas em 2001, após um teste de DNA.
Contrariando suas declarações do início dos anos 2000, o ex-mandatário utilizou a questão do aborto para atacar seu então adversário no segundo turno das eleições, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em setembro de 2022, a campanha de Bolsonaro usou trechos editados de uma fala do petista, onde ele mencionava que o aborto deveria ser tratado como uma questão de saúde pública.
“E a madame ela pode fazer um aborto em Paris (…) Aqui no Brasil ela não faz porque é proibido. Quando, na verdade, deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito (…)”, disse o atual presidente em declaração resgatada pelo oponente.
Durante um discurso de 7 de setembro em Copacabana, Rio de Janeiro, o integrante do Partido Liberal reafirmou sua oposição à legalização do aborto e das drogas. Ele declarou: “Não existe, no nosso governo, a ideia de legalizar o aborto. Sabemos o que uma mulher passa, uma mãe, quando tem, dentro de casa, um filho dentro das drogas. Por isso, nosso governo não aceita, sequer, discutir a legalização das drogas”.