O Ministério Público Federal (MPF) acaba de denunciar o presidente Jair Bolsonaro (PL), na tarde desta terça-feira (22), por improbidade administrativa. O motivo é o caso da “Wal do açaí”, uma ex-assessora que trabalhava no gabinete parlamentar do chefe executivo federal quando era deputado. A informação é da coluna Radar, da Veja. De acordo com o MPF, Walderice Santos da Conceição não fazia expediente e mantinha uma loja de sucos no Rio de Janeiro.
A denúncia foi enviada à Justiça Federal em Brasília, que ainda precisa decidir se a aceita ou não. Em nota, o MPF diz que “a ação pede que os requeridos sejam condenados pela prática de improbidade administrativa, bem como ao ressarcimento dos recursos públicos indevidamente desviados”. Walderice ficou lotada no gabinete de Bolsonaro por 15 anos e só foi exonerada após o cargo se tornar público, em 2018, poucas semanas antes das eleições presidenciais.
“Walderice foi indicada pelo então deputado federal Jair Bolsonaro em fevereiro de 2003 para ocupar o cargo de secretário parlamentar junto ao seu gabinete em Brasília, onde permaneceu lotada até agosto de 2018, quando foi exonerada, após o caso ser divulgado na imprensa. A investigação revelou que, durante esses mais de 15 anos, Walderice nunca esteve em Brasília, não exerceu qualquer função relacionada ao cargo e ainda prestava, juntamente com seu companheiro, Edenilson Nogueira Garcia, serviços de natureza particular para Bolsonaro, em especial nos cuidados com a casa e com os cachorros de Bolsonaro na Vila Histórica de Mambucaba. Além do mais, apesar de expressa vedação, Walderice cuidava de uma loja de açaí na região”, afirma o Ministério Público Federal.
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Ex-assessora de Bolsonaro, Wal teve movimentação atípica em suas contas
A procuradoria afirma que a análise das contas de Walderice mostrou movimentação atípica, já que 83% da remuneração recebida pela funcionária era sacado em espécie. O Ministério Público responsabiliza Bolsonaro:
“Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento de que Walderice não prestava os serviços correspondentes ao cargo e, mesmo assim, atestou falsamente a frequência dela ao trabalho em seu gabinete para comprovar a jornada laboral exigida pela Câmara dos Deputados, de 40 horas semanais, e, assim, possibilitar o pagamento dos salários”, diz o MP.