A Bolsonaro, só o que importa é confusão, balbúrdia e caos.
Ele será fragorosamente derrotado na eleição de outubro. Não existe mágica capaz de impedir isso. Ele sabe que depois do morticínio e barbárie produzida, ele próprio e aqueles que o inventaram e o bancam poderão ter como destino os tribunais nacionais e internacionais e o cárcere.
É por isso que a única opção que ele tem é criar o caos, espatifar o jogo e, de preferência, promover violência por meio de sua malta miliciana armada.
A desobediência à ordem do STF tem precisamente este objetivo; a intenção de causar grave conflito institucional.
Bolsonaro cometeu, de maneira acintosa e deliberada, um crime de responsabilidade. Tudo premeditado por ele e pelo oculto – mas nem por isso menos determinante e poderoso – partido dos generais.
A desobediência de Bolsonaro à ordem do STF é crime de responsabilidade na veia. Um crime praticado de maneira desafiadora e provocativa contra outro poder de Estado, o judiciário, para causar impasse.
De tão acintoso; de tão escarrado e cuspido, é impossível não se concluir que Bolsonaro e suas instituições milicianizadas, como a AGU agiram de propósito, para causar confusão processual e, principalmente, política. Apostam no tumulto.
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Estratégias de Bolsonaro ainda não estão claras
Uma hipótese a ser considerada é que, no fundo, o que Bolsonaro e seu núcleo civil-militar mais querem é que seja aberto o processo de impeachment contra ele.
Nesta jogada, até ficaria difícil para Arthur Lira, que disputa com Augusto Aras o título de colaboracionista-mor do fascismo, sentar-se em cima de um pedido protocolado pelo Supremo. Até isso pode estar no cálculo do Planalto e do partido dos generais.
Não se pode descartar, neste sentido, que os “estrategistas do caos” criaram até um pretexto “irresistível” para Lira “não ter como evitar” o impeachment. Porque no caso concreto, o impeachment serve como o combustível propulsor da guerra que o bolsonarismo e suas milícias – tanto as oficiais como as paraestatais – planejam promover em busca do Capitólio para chamarem de “seu”.
Com o impeachment provocado intencionalmente, eles ganham discurso eleitoral para fidelizar a malta. E, com a retórica delirante, passam a incita essa malta para a guerra ao estilo “Capitólio de Brasília”, conforme comentado no artigo “Assim como para Trump, para Bolsonaro também interessa o caos” – aqui.
O que Bolsonaro mais quer é colocar a bola no campo de jogo dele e do seu bando, que é o campo minado da disseminação do ódio, da violência, do caos, das mentiras e do tumulto.
Uma vez instalado o caos por eles mesmos – por Bolsonaro e militares – eles escalarão dentre eles mesmos os pseudo-bombeiros – alguns deles, inclusive, simulando falsa-dissidência – para apagarem o incêndio causado de propósito por eles próprios. Parece uma explicação redundante e meio circular, mas é assim mesmo.
A desobediência do Bolsonaro é crime de responsabilidade na veia, e ele o cometeu deliberadamente, para obrigar o sistema político-jurídico a agir como corresponderia agir neste caso, que seria a abertura de processo de impeachment. Assim, ele faria do seu “martírio” a conclamação épica à malta fascista.
A menos de 9 meses da eleição de outubro, neste cenário perturbador e de incertezas sobre os riscos ao pouco que ainda resta de democracia no Brasil, é preciso evitar cair nas armadilhas do Bolsonaro, do partido dos generais e do bolsonarismo.
Dentro das regras do pouco que ainda resta de legalidade e de democracia no Brasil, nada – salvo uma confusão pretextada por Bolsonaro e militares golpistas – poderá impedir a eleição do Lula; que, inclusive, tem enorme possibilidade de acontecer já no primeiro turno.
Bolsonaro armou uma armadilha para tentar alterar o rumo da história. É preciso atenção para não cair nela.
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