A Polícia Federal (PF) planeja interrogar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como parte de uma investigação sobre uma organização criminosa envolvida em uma suposta tentativa de golpe de Estado e subversão do Estado Democrático de Direito para obter vantagens políticas.
É previsto que Bolsonaro seja ouvido antes da conclusão das investigações na Operação Tempus Veritatis, programada para encerrar em novembro. A convocação do ex-presidente deve ocorrer por volta de julho, coincidindo com o início da campanha para as eleições municipais de 2024.
Durante a Tempus Veritatis, o passaporte de Bolsonaro foi apreendido pela polícia, restringindo suas viagens internacionais, e foi proibido de contatar outros investigados, incluindo Valdemar Costa Neto. O presidente do PL chegou a ser detido após a polícia encontrar uma arma com registro expirado e uma pepita de ouro em seu apartamento.
A polícia executou 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares, incluindo proibição de contato com os coacusados, proibição de deixar o país com a entrega dos passaportes e suspensão do exercício de funções públicas.
Além de Costa Neto, que já foi solto, foram detidos Filipe Martins, Marcelo Câmara, Bernardo Romão Corrêa e Rafael Martins.
No curso das investigações, um vídeo de uma reunião entre Bolsonaro e ministros, em julho de 2022, teve o sigilo levantado pelo STF. Na gravação, Bolsonaro e seus ministros discutem estratégias pré-eleitorais, questionam a confiabilidade das urnas eletrônicas e fazem acusações infundadas contra ministros do Supremo.
O ex-presidente sugere a possibilidade de fraude eleitoral para que a esquerda vença. Além do vídeo, a polícia descobriu que o grupo investigado se dividiu em células para disseminar alegações de fraude nas eleições presidenciais de 2022, visando legitimar uma intervenção militar antes do pleito.