PUBLICADO NO BLOG DO KENNEDY
POR KENNEDY ALENCAR
O presidente Jair Bolsonaro mente ao dizer que houve fraude no primeiro turno da eleição presidencial de 2018, alegando ter vencido já na etapa inicial. O sistema de votação e apuração no Brasil é seguro, algo comprovado em diversas eleições pós-redemocratização desde a adoção da urna eletrônica.
Mentiroso e irresponsável, Bolsonaro tem o método de criar fatos diversionistas em momentos de dificuldade e crise. Em discurso em Miami, ele falou que tinha provas da fraude, mas não as apresentou.
Ora, deveria tê-las apresentado na hora, junto com a comprovação de um empréstimo que diz ter feito a Fabrício Queiroz, miliciano e ex-braço-direito da família Bolsonaro. Até hoje, Bolsonaro não apresentou prova disso. Xingou o repórter que perguntou.
Um presidente da República não pode agir como Bolsonaro. Muitos ainda pedem que ele se comporte com responsabilidade, mas é algo impossível, porque ele nunca agiu assim.
Bolsonaro defende torturadores. Sempre os defendeu. Ataca a democracia. Sempre a atacou. Já cometeu inúmeros crimes de responsabilidade, mas essa última fala é preocupante porque se trata de preparação para um golpe.
Desacreditar o processo eleitoral é uma estratégia para dizer que não é preciso realizar eleições. Se ele perder em 2022, usará a cartada da fraude eleitoral.
Bolsonaro mente e comete mais um crime de responsabilidade. Já passou da hora de responder a um processo de impeachment no Congresso. Autoritário e despreparado, ele é uma ameaça à democracia no Brasil. Bolsonaro aprofundará as crises econômica e do coronavírus.
O Congresso Nacional e a Justiça Eleitoral precisam reagir a essa acusação mentirosa do presidente da República. Até a manhã de hoje, a reação foi insignificante. O ministro da Justiça, Sergio Moro, anda caladinho. O procurador-geral da República, Augusto Aras, também não faz nada.
Se não der início a um processo de impeachment, haverá omissão do Congresso Nacional, porque Bolsonaro já deu muito mais motivos do que os apresentados contra Dilma Rousseff no impedimento tabajara de 2016.
Fraude eleitoral em 2018 foi o uso intensivo do WhatsApp para disparar fake news. Bolsonaro, Moro, Guedes e cia. tem um projeto de distopia para o Brasil.