O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou à Polícia Federal que publicou um vídeo questionando a lisura das urnas eletrônicas em suas redes sociais por engano. Representantes de sua defesa alegaram à corporação que ele estava sob efeito de medicamentos quando fez a postagem, por ter sido hospitalizado. A informação é da Folha de S.Paulo.
Os advogados de Bolsonaro disseram que ele recebeu o vídeo e queria guardá-lo para assistir depois, mas acabou fazendo a publicação por engano. Ele não teria se dado conta de que o vídeo foi compartilhado e auxiliares removeram o conteúdo em seguida.
Ele foi intimado pela PF por ter compartilhado um vídeo golpista dois dias depois dos ataques terroristas de 8 de janeiro em Brasília. Ele permaneceu na sede da corporação e prestou depoimento por mais de duas horas no âmbito da investigação que apura a invasão da Praça dos Três Poderes na data. O inquérito mira os autores intelectuais do ataque.
Nesta terça (25), o ex-presidente passou a tarde reunido com advogados e assessores para treinar as respostas que daria na oitiva. A ideia de sua defesa é que ele ficasse em silêncio sobre quase todos os assuntos, exceto a acusação da Procuradoria-Geral da República, que fez uma representação citando o art. 286 do Código Penal, que prevê detenção de 3 a 6 meses a quem incita a prática de crime.
A previsão de seus assessores era de que os investigadores ainda abordariam temas como o incentivo a acampamentos golpistas em frente a quartéis-generais do Exército e a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Foi decidido que ele ficaria em silêncio sobre esses assuntos.