Bolsonaro e aliados agiram como “organizações criminosas”, diz Polícia Federal ao STF

Atualizado em 1 de março de 2024 às 14:23
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil. Foto: reprodução

No dia 22 de fevereiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 22 aliados prestaram depoimentos simultâneos na Polícia Federal no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga os planos golpistas do grupo para evitar a posse do presidente Lula (PT) em 2023. A conclusão da PF enviada ao STF é de que os investigados adotaram uma “ação típica de organizações criminosas”, segundo a Veja, após “suprimirem provas” das ações ilícitas.

Após realizar as perícias nos celulares, os agentes afirmam que “o grupo investigado tomou o cuidado de apagar o conteúdo de mensagens sensíveis”. Além da possível ocultação de provas, 15 dos 23 os bolsonaristas, incluindo o ex-presidente, ficaram em silêncio durante as oitivas.

A mesma postura foi adotada por quatro generais que faziam parte de seu governo, incluindo os ex-ministros Braga Netto (Casa Civil) e Augusto Heleno (GSI).

O almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, também escolheu não se manifestar. Por outro lado, o ex-ministro Anderson Torres (Justiça), o presidente do PL Valdemar Costa Neto e Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, responderam aos questionamentos da PF, conforme informações do jornal O Globo.

Porém, segundo informações da coluna de Bela Megale, no Globo, os depoimentos de Costa Neto e Torres foram marcados por uma falta de consistência e detalhes, levando os investigadores a classificá-los como “evasivos” e “sem dados a acrescentar”.

O momento, que poderia ter sido uma oportunidade para os interrogados apresentarem suas defesas, foi, de acordo com os agentes, desperdiçado por respostas vagas e justificativas pouco convincentes.

Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Foto: reprodução

Quatorze depoimentos ocorreram em Brasília, quatro no Rio de Janeiro, dois em São Paulo, um no Paraná, um em Minas Gerais, um em Mato Grosso do Sul e outro no Espírito Santo.

Todos os convocados pela PF foram alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada há duas semanas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Outros que responderam aos questionamentos da PF incluem o ex-ministro Anderson Torres (Justiça), Filipe Martins (ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência), Tércio Arnaud (ex-assessor), Bernardo Romão Correa Netto (assistente do Comando Militar Sul) e o coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães.

Entre os quatro generais intimados, Braga Netto e Heleno passaram cerca de uma hora no prédio da Superintendência da PF, em Brasília, enquanto Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Mário Fernandes (interino no comando da Secretaria-Geral) optaram pelo silêncio.

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