Bolsonaro e auxiliares mentiram à PF sobre joias na fazenda de Piquet, diz relatório

Atualizado em 8 de julho de 2024 às 19:58
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. Foto: Anderson Riedel/PR

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro mentiram para a Polícia Federal ao falar sobre as joias guardadas na Fazenda Piquet, do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. Segundo relatório da corporação sobre o inquérito que investigou o desvio dos itens, a narrativa foi uma “estratégia articulada pelos investigados”.

O “kit ouro rosé”, que contém uma caneta, um anel, um par de abotoaduras, um rosário árabe e um relógio, foi recebido por Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia, após viagem para a Arábia Saudita. O conjunto foi levado para os Estados Unidos em avião presidencial no dia 30 de dezembro de 2022.

A narrativa de que os itens ficaram na fazenda de Piquet foi repetida por mais de um investigado, mas derrubada posteriormente pela PF. As joias passaram por uma “tentativa frustrada de venda” nos Estados Unidos.

“Cientes da restrição legal de comercializar bens do acervo privado presidencial no exterior, somado à divulgação na imprensa da existência do referido kit, Mauro Cid, Marcelo Camara e Osmar Crivelatti organizaram uma ‘operação de resgate’ dos bens”, diz a corporação.

Uma troca de mensagens interceptada pela PF aponta que Camara, ex-segurança de Bolsonaro, mostrou preocupação com uma possível vistoria na Fazenda Piquet. Em conversa com Mauro Cid, ele compartilhou o link de uma matéria e escreveu: “O problema é que essa matéria está falando que se o TCU quiser ir lá vai encontrar e não vai”.

Marcelo Camara e Osmar Crivelatti. Foto: Reprodução

Osmar Crivelatti, também ex-segurança, chegou a falar sobre a mentira em depoimento à PF e admitiu que não falou a verdade. Ele alegou que “procurou manter a mesma versão” de Camara, “mesmo ciente da falsidade das afirmações”.

A mesma versão foi repetida por Bolsonaro e a PF aponta que o objetivo era “não revelar que as joias foram enviadas aos Estados Unidos para serem vendidas ilegalmente”.

“As declarações prestadas por Jair Bolsonaro não condizem com os fatos apurados, pois as joias do ‘kit ouro rose’ nunca foram para a denominada Fazenda Piquet, local, na cidade de Brasília/DF onde estão armazenados os itens do acervo privado do ex-presidente da República. Ao contrário, após serem desviadas do acervo público, no final do ano de 2022, as joias foram para os Estados Unidos, por meio do avião presidencial”, diz o relatório da corporação.

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