O presidente Jair Bolsonaro (PL) e militares ligados ao seu governo estão na mira do STF (Supremo Tribunal Federal) numa investigação de organização criminosa por conta de ataques à instituição e onda de desinformação. Nomes como Alexandre Ramagem, Anderson Torres e Eduardo Gomes da Silva são alvos da PF (Polícia Federal).
A PF vem investigando uma possível organização criminosa que está atacando o STF e promovendo uma série de desinformação contra a entidade e contra o sistema eleitoral. As investigações chegaram a militares do governo e ao próprio Bolsonaro por conta da live presidencial, feita em 29 de julho do ano passado, quando o presidente fez diversos ataques diretos às urnas eletrônicas. A notícia foi dada pela Folha.
A live acabou sendo alvo de Alexandre de Moraes, que solicitou a abertura do inquérito, por conta do vazamento do inquérito sigiloso a respeito de um ataque hacker ao sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a partir daí, os ataques de Bolsonaro com a opção de espalhar fake news também acabou virando parte das investigações da Polícia Federal.
Segundo as investigações, a live feita por Jair Bolsonaro, a disseminação de fake news a respeito da campanha de vacinação e os atos antidemocráticos, realizados em 7 de setembro de 2021, são parte de uma mesma organização criminosa. A delegada responsável pelo caso, Denisse Ribeiro, afastada por licença maternidade, indicou o presidente como figura central dos episódios.
“A prática visa, mais do que uma ferramenta de uso político-ideológico, um meio para obtenção de lucro, a partir de sistemas de monetização oferecido pelas plataformas de redes sociais. Transforma rapidamente ideologia em mercadoria, levando os disseminadores a estimular a polarização e o acirramento do debate para manter o fluxo de dinheiro pelo número de visualizações”, diz trecho do relatório da PF
Sobre a live, o relatório é claro. “Foram identificadas diversas inconsistências em pontos relevantes das declarações (depoimentos de Ramos, Ramagem e Torres), as quais convergem em apontar que houve vontade livre e consciente dos envolvidos em promover, apoiar ou subsidiar o processo de construção da narrativa baseada em premissas falsas ou em dados descontextualizados”