Bolsonaro e ministro da Justiça se encontraram no dia da ligação de Milton Ribeiro

Atualizado em 25 de junho de 2022 às 7:17
PF escancara descontentamento com o governo Bolsonaro
Ministro da Justiça Anderson Torres e presidente Jair Bolsonaro
Foto: Pablo Jacob/ O Globo

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontrou com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, no dia 9 de junho, mesma data em que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro fez uma ligação comprometedora para a sua filha, relatando que tinha sido alertado pelo chefe do executivo federal sobre a chance de ser alvo de uma busca e  apreensão por parte da Polícia Federal.

Na ocasião, Bolsonaro estava em Los Angeles para participar da Cúpula das Américas. Ele levou quatro ministros para participar de um encontro bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A informação é do portal UOL.

Além de Torres, também foram viajar com o presidente o chanceler Carlos França, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e o secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha.

Milton acabou sendo preso, na última quarta (22), na operação “Acesso Pago”. O trabalho da PF investiga supostos pagamentos de propina e ação de lobistas no processo de liberação de verbas do MEC a municípios. Foram feitos quatro mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão.

Na quinta (23), o ex-ministro saiu da carceragem da PF depois da decisão do desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região). Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura também foram soltos.

Na sexta (24), a GloboNews revelou que Milton ligou para a sua filha e contou que recebeu informações de Bolsonaro sobre uma possível ação da Polícia Federal.

“A única coisa meio… hoje o presidente me ligou… ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? É que eu tenho mandado versículos pra ele, né?”, declarou Ribeiro.

“Ele quer que você pare de mandar mensagens?”, perguntou a filha. “Não! Não é isso… ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é… é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios, né?”, explicou o ex-ministro.

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