Por Pedro Zambarda, de Chengdu
Uma diplomata chinesa disse nesta quinta-feira, 29, que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi um “vento” que passou pelo país e que estamos em um período de mais “calmaria”.
Os representantes chineses pediram anonimato sobre quais porta-vozes deram essas respostas. No entanto, não fugiram de nenhum questionamento sobre as questões geopolíticas recentes. O DCM estava presente nessas reuniões.
Sobre as eleições presidenciais recentes na Venezuela, o governo da China vai direto ao ponto em reunião no Ministério das Relações Exteriores: “Reconhecemos Nicolás Maduro como presidente da República, o que é uma decisão do povo venezuelano”.
E o que eles pensam sobre a posição do presidente Lula e do Brasil ao pedirem as atas eleitorais que comprovem ou não vitória de Maduro?
“Respeitamos o posicionamento do Brasil e de qualquer ator global que tenha sua própria autonomia diplomática. A China, no entanto, preza que os povos tomem suas decisões sem interferência externa”.
Guerra da Ucrânia
“A Rússia tem o direito de defesa do seu território e a diplomacia chinesa vê com preocupação a expansão de bases da OTAN em diferentes territórios. Advogamos por um mundo multipolar e queremos que esse conflito tenha a melhor resolução possível”.
E Bolsonaro?
O DCM questionou se o fato de Bolsonaro repercutir fake news de Donald Trump e dos Estados Unidos não afetou as relações da China com o Brasil. E perguntamos se esse relacionamento melhorou com Lula.
Uma diplomata do PCCh de Wuhan respondeu essas perguntas utilizando uma máxima chinesa.
“As relações entre China e Brasil completaram 50 anos e são muito mais amplas do que um governo ou outro. Eu diria, usando uma imagem que conhecemos bem, que passamos por um vento, uma ventania, que desorganizou algumas coisas. Agora, no entanto, estamos vivendo uma nova calmaria. Esperamos que continue assim”.