Publicado originalmente no Tijolaço:
Por Fernando Brito
É impressionante a velocidade de desagregação da figura de Jair Bolsonaro.
Sua sustentação política está mais na fraqueza de seus adversários e na timidez com que atuam do que em suas próprias forças.
Mas no Judiciário é que está mais avançado o estado de deterioração.
Já se repetiu, aqui, várias vezes, que nenhuma iniciativa sua passará pela Justiça, mas é pior.
Há uma metástase em sua credibilidade.
Já ninguém, quase, senão aquela pequena claque de zumbis que temos visto nos bretes palacianos e os “chupacargos” que vemos nas solenidades oficiais, crê ou finge crer nele.
Bolsonaro sobrevive exclusivamente pelo apoio – e pelo medo – que lhe proporcionam as Forças Armadas, ou a manipulação das Forças Armadas por velhos generais que se agregaram, por poder e por vantagens a ele.
A decisão da juíza que não aceitou a declaração da Presidência de que ele teria tido resultado negativo no exame de Covid-19, o que é completamente irrelevante, exceto para caraterizar que é, de fato, um mentiroso.
O que é um nada, perto de ser um genocida.
Bolsonaro não tem, até agora, condições de ser levado a um impeachment, mas está quase que impedido, governando.
No Legislativo, resta-lhe um fiapo fugidio no Senado, com Davi Alcolumbre; nem isso na Câmara e nada no STF.
Ninguém se sustenta na Presidência com tão pouco.
O golpe não é uma opção, é uma necessidade. Mas, até para isso, tem pouco.