O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo (27) que tomará decisões “contra quem quer que seja” se tiver apoio de seu “exército” de apoiadores no que chamou de “luta do bem contra o mal”. Falou isso em ato do PL em Brasília. Com tom eleitoreiro de campanha antecipada, o presidente ainda falou sobre as leis.
Em um discurso marcado por conotação religiosa, o presidente da República, que pouco empolgou os presentes, disse que às vezes “embrulha o estômago” ao cumprir a Constituição.
“Para defender a liberdade e a nossa democracia, eu tomarei a decisão contra quem quer que seja. E a certeza do sucesso é que eu tenho um exército ao meu lado, e esse exército é composto de cada um de vocês”, declarou o presidente no ato.
“Por vezes, me embrulha o estômago ter que jogar nas quatro linhas [da Constituição], mas eu jurei e não foi da boca para fora”, acrescentou, reforçando a tese dele de que seus adversários políticos e até mesmo a Justiça brasileira descumprem a Carta Magna.
Para ele, o “inimigo” do Brasil é interno, e não externo. “Não é uma luta da esquerda contra a direita. É uma luta do bem contra o mal. E nós vamos vencer essa luta”, seguiu o presidente, com um discurso que arrancou poucos aplausos dos presentes.
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Pouca gente no evento de Bolsonaro – sem Braga Netto
PL estima que 7 mil pessoas compareceram, mas não informou o público esperado. O ato ocorreu no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), que ficou com vários espaços vazios, com uma maior concentração de pessoas nas proximidades do palco onde estavam as autoridades.
Ministros de Bolsonaro compareceram, como Ciro Nogueira (Casa Civil), Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Tereza Cristina (Agricultura), Augusto Heleno (GSI) e até Tarcísio de Freitas, que deve ser filiar ao Republicanos nesta semana para poder disputar o Governo do Estado de São Paulo.
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que é cotado ser vice do presidente na eleição deste ano, no entanto, não foi ao ato e não justificou a ausência, diz o jornal Estado de S.Paulo. O ex-presidente Fernando Collor, senador pelo PROS de Alagoas, também estava ao lado de Bolsonaro no palco.
Para reforçar a tentativa da campanha do presidente para reduzir sua rejeição junto às mulheres, Bolsonaro também levou a primeira-dama, Michele, e deu um espaço para ela falar.